terça-feira, 4 de junho de 2013

A nossa Etica enquanto involuidos que somos -parte 2

Quando o mandamento de Deus diz: "'não matar", quer dizer: "nunca matar ninguém". Mas quando este mandamento desce na terra, na qual é o melhor quem sabe eliminar maior número de inimigos em seu favor, então aquele mandamento se quiser subsistir em tal ambiente, deve deixar algum lugar à lei desse ambiente, e transformar-se, adaptando-se a ele. Na prática, desse modo, o mandamento vem a exprimir-se assim: "não me mates e ajuda-me a matar os meus inimigos". De fato, foi nesse sentido que Moisés não pôde deixar de entender e aplicar aquele mandamento, logo que desceu do monte e encontrou-se frente à realidade da vida. Foi uma espécie de necessidade moral e também espiritual, porque, diversamente  a idolatria sairia vencedora.
Posteriormente, com o desenvolvimento da evolução, a lei do Sistema, fazendo pressão, tornar-se­-á cada vez mais atuável, até os tempos modernos em que se chega quase a condenação das guerras, coisa inconcebível aos tempos de Moisés. Mas foi daquele modo que então se chegou, certamente não por culpa dele, mas da dominante psicologia involuída  a esta conclusão estranha: que, para defender a lei de Deus, foi preciso deixar de aplicá-la. Para tornar válido o mandamento de "não matar", para tornar possível transmiti-lo a outras gerações que, depois, o pudessem aplicar, se fez necessário violá-lo primeiro, matando uma porção de gente.
Assim desde que apareceu pela primeira vez, a lei ética, deve levar em conta a realidade do mundo  A primeira coisa que Moisés teve de demonstrar com fatos ao descer do Sinai foi a inaplicabilidade imediata da lei que proclamara. Para fazê-la descer ao plano humano, para depois educar o homem ensinando -lhe a aplicá-la, Moisés teve, inicialmente, de cair numa contradição, que permanecerá através dos séculos: a de que para poder aplicar a lei que proíbe a força, se usa a força. Para aplicar a lei, se faz justamente o que ela proíbe. Não, é o legislador moralista que mostra a aplicabilidade da lei seguindo-a ele mesmo, em primeiro lugar, e educando com o exemplo. É ele próprio, inicialmente, que prova a inaplicabilidade dela com o fato de não aplicá-la a si quando, exigindo obediência, afirma, com os fatos, o princípio oposto ao da obediência determinada pela lei, isto é, o princípio do próprio mando. Eis aquilo que na ética deve tornar-se, quando desce em um mundo onde o problema fundamental sempre presente é de ser o mais forte e de, assim, impor-se para não ser devorado. Desse modo é que encontramos na Terra uma ética de contradições, pela qual a lei parece dever valer só para os sujeitos que devem ser educados, e não para os educadores, que não ficam obrigados a aplicá-la, embora devessem ser os primeiros a fazê-lo. É uma ética de contradição, porquanto, determinando obediência pratica a dominação. É uma ética de coação, que impõe a ordem pela força das sanções, isto é, faz a paz usando a guerra, quer atingir a não reação usando a reação.
É assim que a ética ensina a não matar, matando; a renunciar, mantendo a posse; a obedecer mandando. O próprio moralista está imerso no plano humano, não consegue colocar-se acima de seus dependentes e com estes, mesmo em nome de altos princípios éticos, desce para a luta no mesmo nível.
Somente Cristo permaneceu em Seu plano mais alto. Somente Cristo praticou a não reação pregada pela ética: Ele não desceu para pactuar com o mundo estabelecendo compromissos. Por isso, porque ele não quis usar a força, o mundo, usando a força, o matou. Se puderam sobreviver, as outras autoridades que se dizem baseadas na ética  foi porque diante da moral pura de Cristo, elas representam uma posição híbrida de comprometimento. Assim, assistimos na Terra ao estranhíssimo espetáculo através do qual, em nome da ética, se proíbe a reação punitiva individual  permitindo-se somente a da autoridade. Esta diz ao indivíduo: "Não usarás mais a violência para defender teus interesses; só eu posso usa-la para defender os meus. Eu, porque sou o chefe, o que venceu como mais forte nego a ti o direito de matar por teus próprios objetivos para usá-lo somente pelos meus fins". Na verdade, o que cada governo faz, lo­go de inicio, é desarmar o cidadão, reprimindo-lhe a violência, para armá-lo contra os próprios inimigos, premiando-lhe com honras a mesma violência.
Na prática, a ética reduz-se a um arrancamento de poderes da massa para poucos dirigentes, fato que se justificaria se feito com finalidades educativas ou para o bem da coletividade, o que nem sempre se verifica, já que, ás vezes, tais poderes po­dem ser usados pelos dirigentes só como vantagem pessoal. Assim a ética constitui a primeira violação de si mesma, porque os homens que a representam, na prática, fazem exatamente o que ela proíbe. Desse modo, os princípios permanecem como teoria e fica no plano humano o fato de que, sobrepondo-se força a força, não se alcança justiça. Enquanto se aceitarem os métodos do mundo, isso não pode ser superado.
 Destarte, quisemos somente explicar o estado de contradição em que se encontra a moral humana, contradição que pode parecer mentira, mas nem sempre é desejada com tal propósito. Ela pode ser aceita com uma necessidade transitória, de adaptação dos princípios superiores às exigências de um mundo inferior  onde também eles devem aplicar-se. De qualquer modo, esta contradição é fatalmente destinada a desaparecer com o progresso evolutivo, destinada a ser corrigida quando os princípios da ética vierem a ser verdadeiramente aplicados em favor da educação do homem, ensinando-lhe a viver num plano de vida mais alto.

A nossa Ética enquanto involuidos que somos

Texto tirado do livro "A Grande Batalha" de Pietro Ubaldi , que nos mostra  uma  visão de como o se humano age  com relação a si e  aos  outros , na aplicação de sua ética de uma forma  egoísta . Um texto para  refletirmos  e estudarmos :


"O fato de nosso mundo ser regido pela lei da luta pela seleção do mais forte, prova que está situado ainda no plano animal-humano do involuído. Esse mundo baseia-se no princípio do egocentrismo indivi­dualista que conduz do estado inorgânico, funcionando com o método da rebelião. Isto não é um erro da vida, mas uma qualidade deste seu nível de evolução. A vida quer, antes de mais nada, viver, qualquer seja o seu plano de desenvolvimento alcançado. Alcança, assim, esta sua finalidade, fundamental, porque não poderia diversamente alcançar nenhum de todos seus outros fins; alcança aquela com os recursos que possui aquele plano do involuído, salvo alcança-la diferentemente em planos mais elevados, onde pode utilizar os meios mais aperfeiçoados conquistados pelo ser naqueles planos mais elevados. A vida, desse modo, alcança a sua primeira finalidade, a de viver, com garras e presas no plano animal, com a força e a astúcia no plano humano, com a coordenação dos indivíduos num organismo coletivo, no plano do evolvido. Os métodos e os resultados são proporcionais ao estado de evolução, isto é, de compreensão e inteligência alcançada.

Explica-se desse modo como a vida aceita no plano do involuído o estado de revolta egoísta, uma vez que, nesse plano, este é legitimado por representar um ato de defesa da própria vida. Dada a conformação do ambiente, se o animal não possuísse pre­sas e garras, como defenderia sua vida? Se o homem não usasse força e astúcia, como conseguiria sobrevi­ver? Se o evolvido não usa tudo isto é porque não o precisa mais para proteger sua vida; sendo esta, no seu plano, protegida pelos meios civis da organiza­ção social. A vida é lógica. A natureza é lógica. Pa­ra que deveria continuar a usar o método do ataque e da defesa, quando este foi superado e, portanto não há mais necessidade para garantir a vida?

Eis, porém, como o nosso mundo, onde aquele método não foi ainda superado, se explica e justifica o seu uso. E também explica-se como quan­do na terra nasce um evolvido, este venha a ser reprovado. Quando o involuído o vê enquadrar-se es­pontaneamente na ordem, disciplinar-se obedecendo às leis e formar, com isto, o seu valor, uma sua força, o involuído o julga qual um imbecil incapaz de procurar sua própria vantagem. Não conseguem eles compreenderem uma vez que possuem duas menta­lidades completamente diversas.


O evolvido desdenha prostituir inteligência e energias numa luta inútil contra o seu semelhante, seu companheiro de vida, em quem ele enxerga a si mesmo. No seu plano, a ordem é realizada e isto bas­ta para garantir a vida, na forma necessária num pla­no em que a atividade deve ser utilizada em traba­lhos e para conquistas superiores. Para isso é que o seu espontâneo ato de defesa consiste no enquadra­mento na ordem, eis que nesta ordem consiste toda a sua força de indivíduo orgânico.



Para o involuído as coisas são diversas. Se ele abandona por um momento a luta contra o seu semelhante; este o esmaga e o elimina. No seu plano ,não existe ninguém que garanta a sua vida e ele tem que a garantir por si mesmo. Se não sabe defender-se ninguém o defende, uma vez que cada qual tem a sua luta e não pode pôr a seu cargo a luta dos outros. A inteligência e as energias devem ser usadas primeiramente para esse fim, o mais urgente; aquele que as use para outras finalidades é julgado um sonhador, vivente fora da realidade. O enqua­dramento na ordem, como método de defesa, adota­do pelo evolvido, nesse outro plano do involuído não tem sentido, uma vez que uma ordem verdadeira não existe, aparecendo apenas algumas tentativas de es­boço. O mundo não possui ainda, senão alguns gru­pos egocêntricos e imperialistas, constituídos em tor­no dos mais fortes, que os usam, antes de mais nada, para si, ou em função de interesses de grupo. Tudo isto não serve para garantir a vida, mas para organi­zar a luta em maior escala. Aceitar uma tal ordem significa tornar-se servos de um determinado chefe, que, por ser o mais forte, construiu a sua ordem para si. Nesse plano de evolução, o poder, em geral, é su­portado como um peso, enquanto é exercido como uma vantagem por quem o possui. De fato, na terra, com o sistema representativo, as massas procuram defender-se contra a opressão naturalmente existente no poder absoluto. É assim que o cidadão moder­no, começando a evolver, procura defender-se con­tra um poder que tem sua origem histórica no estado de opressão que o mais forte acreditava ser seu di­reito exercer sobre os mais débeis que havia conse­guido subjugar. Estamos no plano do involuído e, enquanto assim ficarmos, toda forma de vida não po­derá deixar de manifestar-se a não ser com o sistema da luta, característica deste plano.

Como é possível pretender da vida que seja dado ao involuído o instinto da obediência quando esta não lhe traz vantagem alguma? Preferirá, por isso, a rebelião, quando esta lhe for mais útil para a vida. Exigir que esta ande contra a própria conser­vação, constitui absurdo biológico, admissível somen­te na mente do primitivo ignorante, desconhecedor das leis da vida e que acredita possível impor-se tam­bém a esta. De outro lado, é lógico que a vida dê ao evolvido o instinto da obediência, quando existe uma ordem, e o disciplinar-se traga vantagem.

Na oposição entre os dois diversos mundos, podem formar-se julgamentos diferentes, conforme se trate do involuído que, do baixo ao alto, julga o mun­do do evolvido, ou trate-se do evolvido que julga do alto, o mundo baixo do involuído. Para o involuído, aquele que se submete por motivo de ordem e de dis­ciplina, não é um virtuoso, mas um covarde que acei­ta a servidão, é um vencido merecedor de desprezo. Teórica e oficialmente a palavra de ordem é diversa, mas isto não evita que a substância dos instintos humanos seja esta. Para estes o que conta é o homem forte, capaz de rebelar-se, impor-se, dominar, vencer. Alcançar o sucesso é á que é apreciado. Quem ven­ce tem razão pelo fato de haver provado que sabe vencer.

Na história, a vitória legitima tudo, porque é o vencedor o construtor da verdade, naturalmente sempre para sua vantagem e glória. Quando estes são os instintos e os métodos, todos endereçados à exalta­ção do mais forte e à aniquilação do bom e do hones­to, o que é possível esperar desse mundo senão um estado de insegurança e de luta contínua? E não depende tudo, como havíamos dito, da forma mental do­minante? Tudo decorre de nossos instintos e de nossa atuação conforme a psicologia correlata.

A obediência, a disciplina, para o involuído e o evolvido, possuem significados de todo diversos. Para o primeiro representa um dano, para o segundo uma vantagem. O primeiro procura ser obedecido, o outro, obedecer. Para o involuído o homem ideal é aquele que, em qualquer campo, consegue submeter os outros a si, aquele que os outros menos conseguem dominar. Eis porque, quanto mais involuídos, tanto mais consideram valoroso o rebelar-se à ordem. Por que, em alguns países, ainda está em uso a blasfêmia  É uma prova de coragem que se pretende alardear  desafiando até a Divindade, é um descaramento da coragem. Onde esta é admirada, admira-se também a revolta, como prova de força. Como é possível pretender, nesse mundo, não busquem as religiões sua sustentação no terror da punição? Com tal instinto de revolta, se Deus não, fosse apresentado como poderoso e vingativo, os homens se pudessem  o devorariam.

É assim que se explica a psicologia da antiga religião mosaica, apresentando um Deus modelado sobre a mentalidade do involuído a quem era destinado  E, então, o homem o era muito mais que hoje  Devia, pois, ser proporcionada a ele a imagem de um Deus que falasse conforme a psicologia dominante  já que, de outra forma não seria compreendido, nem respeitado. Eis um Deus ciumento de todos os outros deuses, bem armado de punição para, conse­guir obediência. Eis um Deus, cuja primeira qualida­de é a força sem a qual ninguém o teria temido. Ainda hoje o Cristianismo é forçado a buscar apoio nos terrores do inferno, sem o que não seria ouvido por muitos. Nas naturezas inferiores o temor é percebido muito mais do que o amor. Os governos absolutistas e terroristas, de fato, são possíveis somente nos povos menos civilizados.

Quando Moisés desceu do Sinai e encontrou o seu povo adorando o Bezerro de Ouro, conforme relata a Bíblia, o seu furor, em que expressou a ira de Deus, foi tremendo, e por isso Moisés, chamando a si, a parte do povo permanecida fiel ,ordenou-lhe, em nome de Deus, matassem todos os infiéis: "Cada um cinja a sua espada sobre a coxa. Passai e tornai a passar de porta em porta pelo meio do arraial, e cada um mate a seu irmão, e cada um a seu companheiro  e cada um a seu vizinho. Fizeram os filhos de Le­vi conforme a palavra de Moisés; e caíram do povo naquele dia quase três mil homens".
Se a Bíblia, na sua singeleza, parece não aperceber-se da terrível contradição, isto não nos exime do dever de procurar compreender as razões do fato. Pense-se bem: aquela carnificina, Moisés a determinou em nome de Deus, para sustentar aquela lei que a Bíblia declara ter sido escrita pelo próprio dedo de Deus no monte Sinal, lei que, em um dos seus mandamentos fundamentais, determina: "não matar". Aqui não procuramos condenar, mas, apenas,  explicarmos um fato acontecido e que apanharia Moisés em plena contradição. Como pode ter-se verificado isto e que forças obrigaram Moisés a tão flagrante contraste consigo mesmo, coisa que não é possível admitir fosse deliberadamente querida por ele?
O que obrigou Moisés a agir de maneira oposta a que determinava a lei por ele trazida, foi, sem dúvida, a forma mental própria dos homens pelos quais aquela lei devia ser aplicada O escopo daquela lei era o de ensinar. Ora, não é possível ensinar a um involuído, pretendendo que ele aprenda o que deve aprender, apenas com demonstrações, exortações, apelando para uma inteligência ou bondade que ele não possui ainda. Neste caso infelizmente  há apenas um sistema: o de deixar que o violador da lei sofra o dano resultante de seu erro. Isto pelo fato de que, naquele nível de evolução, se pode aprender somente à  própria custa. Se a finalidade a ser alcançada é, de modo absoluto, a de que o indivíduo aprenda, não se pode  evitar de o deixar pagar, em forma de sofrimento, o respectivo custo.
Tão somente assim é que se consegue explicar uma outra contradição semelhante, isto é, aquela de que um Deus infinitamente bom e que nos ama irrestritamente, parece encontrar-se em pleno contraste com aquelas suas qualidades quando verificamos que Ele nos deixa sofrer desapiedadamente. Quando observamos que, nem sempre, desse modo o homem aprende, força a concluir que, garantidamente e por sempre, nada aprenderia se nem tivesse que suportar as consequências dos próprios erros. A causa  pois, desse procedimento, que parece absurdo, não esta na contradição de Deus, mas na forma mental da criatura, que é a que, quando se queira alcançar o seu bem, impõe esse método. Assim é, para o bem da criatura, a qual compreende apenas a linguagem dura da dor, que Deus é obrigado a tornar-se desapiedado. Não é possível fazer de outro modo quando, respeitando-lhe a liberdade, se quer salvar um ser que não sabe agir senão com a forma mental do rebelde que faz consistir todo o seu valor na força para rebelar-se contra a lei, e não na inteligência para obedecer. A causa da dor, por isso, não está em Deus, o que é inadmissível, mas está nesta errada psicologia e conduta do ser.


Bastaria compreender isto para poder eliminar  com essa psicologia, também a dor que dela deriva  Mas, infelizmente, é exatamente aquela psicologia de egoísmo e de revolta o que impede que nós mesmos não sejamos a causa primeira do mal. E, desse modo, a dor permanece. Mas é lógico, outro sim, que, alcançada, por evolução, uma outra forma mental em planos de vida elevados, a dor desapareça, não tendo mais que cumprir os anteriores fins educativos  que são sua única explicação e justificação no seio do amor, bondade e justiça de Deus. Absurdo e blasfêmia seria o admitir haja sido Deus o construtor das cadeias da dor e que a elas devamos permanecer sempre amarrados. Estas cadeias são devidas ao estado de involução e devem desaparecer com a evolução  cuja tarefa é precisamente a de tudo corrigir e sanear, reconduzindo-nos à perfeição do sistema. A dor existe para eliminar a si mesma."

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

RELACIONAMENTOS, PORQUE DÃO ERRADO?


            
Porque os relacionamentos entre os casais acabam de uma maneira  em que  todos  sofrem?
.A resposta  é simples! Lendo o livro  “Despedindo-se  da Terra “ de André Ruiz, encontrei uma  explicação muita  simples  e que deve ser  refletida por todos.Refletida pois, a maioria de nossos relacionamentos se  baseiam em atender  o nosso Orgulho, o nosso Egoismo e  as nossas  Vaidades.

Neste  livro uma  das personagens tenta simular uma situação que ela mesma criou, falando a respeito da sua situação conjugal, e veja  o que  ela  escutou :

“Glaucia fala para Marisa:

“Confie em você mesma e não se deixe levar por fantasmas ou suspeitas que podem não ser verdadeiras. Além do mais, há períodos na vida das pessoas durante os quais os interesses físicos se tornam menos ativos, sem que isso corresponda a uma diminuição do afeto. Seja você aquela que se mantém como amiga de quem você  ama, conversando sobre as coisas normais da vida, não o intimidando com interrogatórios ou suspeitas, fazendo-o se sentir querido nestes momentos difíceis para que, se ele estiver realmente envolvido com alguém ou com o desejo de se envolver, o seu modo de proceder mais ameno, agradável, suave, possa atuar a seu próprio benefício, fazendo-o se sentir seguro ao seu lado e sem nada que o empurre para o passo errado nem, o estimule a uma conduta da qual ele sabe que pode se arrepender.

Sempre que as mulheres se colocam a disputar o mesmo homem, aquelas que são mais novas na relação levam, inicialmente, uma grande vantagem porque produzem estímulos diferentes na psique masculina. No entanto, os homens que se acham comprometidos com um relacionamento anterior se sentem inseguros em modificarem sua situação, colocando em risco a segurança do que já conhecem, quando a antiga companheira se mostre segura de seu carinho, amiga e compreensiva com as fraquezas do outro, sem fazer pressão ou criar situações de desgaste. Aí está a grande vantagem do relacionamento antigo diante daquele que parece novidade.Se vocês tinham um bom entendimento físico antes, se você continua sendo uma pessoa atraente, se nada mudou na estrutura material da vida a dois, a se considerar que elea possa estar realmente tendo um envolvimento externo, esteja certa de que, a euforia da novidade acaba perdendo para a segurança da união já estabelecida,principalmente se a antiga companheira sabe entender esse momento difícil pelo qual ele possa estar passando e, ao invés de vê-lo como seu homem, entenda-o como seu filho,em um processo de crise afetiva.

Mas Marisa   questiona :

- Mas essa é a teoria da “Amélia”. Aguenta tudo calada e se faz de morta para não perder o marido...

Glaucia responde:

 Algumas pessoas interpretam as coisas por esse lado, mas eu acho que, de uma forma ou de outra, todos nós precisamos aprender a ter certa dose de tolerância com os nossos próprios equívocos. E, como não somos infalíveis, também admiramos a paciência que outras pessoas possam ter a respeito de nossos erros, dando-nos oportunidades de nos corrigirmos e retomarmos o caminho correto.
A expressão “Amélia”, não pode ser a vulgarização da inércia amedrontada perante a solidão. Pode significar a mulher sem vontade própria, capacho do companheiro, afetivamente dependente dele para tudo. Não é isso, no entanto, o que estou dizendo.

 É uma postura ativa, corajosa, de iniciativa no bem, sobretudo como forma de auxiliar o companheiro a vencer a dificuldade que esteja enfrentando. É não hostilizá-lo no momento da dificuldade ou da dúvida e, ao contrário, procurar deixar caminhos abertos para o entendimento sincero, mesmo que isso possa significar a atitude madura de deixá-lo livre para viver a aventura que esteja desejando viver.

Poucos homens resistem a uma postura sábia da antiga companheira que, longe de temer perdê-lo para uma mais jovenzinha, coloca as coisas neste ponto, dando-lhe liberdade para assumir o novo relacionamento a fim de que, se isso o faz feliz, ele se permita buscar a tão sonhada felicidade.

A mulher que se posiciona com tal decência, que não se esconde atrás do silêncio das portas para chorar suas mágoas e, depois, fingir que tudo está bem como sempre esteve, demonstra ao seu companheiro uma tal capacidade de administrar-se e uma tal força, que isso causa um impacto positivo na estrutura do homem, sempre esperando uma mulher chorosa, tempestuosa, ameaçadora, escandalosa ou quase suicida.

Todas as vezes que as mulheres se permitem esse comportamento desesperado,demonstram que não valem os esforços dos seus companheiros para manterem o relacionamento que tinham com elas. Afiguram-se a crianças mimadas, chorosas,chantagistas, que desejam valer-se de truques e sortilégios para manter seus homens.

Isso as diminui diante dos olhares masculinos, que passam a ter certeza de que elas são mais um estorvo ou uma pedra no sapato, do que uma mulher forte e segura que eles admiram.

Essa força e segurança, geralmente, é característica da amante ou da pretendente que, com seu discurso compreensivo, deixa o homem à vontade para decidir o momento certo em que vai romper o relacionamento antigo para ficar com a novidade.

E, assim, a esposa acaba empurrando o marido inseguro e criança para os braços da outra que, no fundo, não é em nada diferente dela própria. Só está sabendo jogar com as armas que possui, usando sensualidade e astúcia para semear no objeto de sua conquista os valores que a esposa já devia ter semeado desde já muito tempo.

Todas as vezes que a esposa recusa essa figura da “Amélia” tradicional, e passa a atuar como alguém que tem segurança em si mesma, que não se deixa iludir por fingimentos, que conversa com franqueza e deixa o companheiro perceber que ela está interessada na sua verdadeira felicidade, ainda que seja com outra pessoa, isso causa,como já disse, um forte impacto no Espírito masculino que, em momento algum está esperando tal reação por parte dela. E, mais do que isso, o homem razoavelmente esclarecido saberá que poucas mulheres terão tal autoconfiança que lhes permita agir dessa forma, o que se transforma em um ponto favorável na avaliação do cenário por parte dele, a fim de que as dúvidas e incertezas produzidas pela expectativa da aventura nova se dissipem ao Sol forte e firme da conduta da antiga companheira, capacitada para obter dele a avaliação justa a respeito de suas virtudes e valores.

Se o marido resolve, mesmo assim, viver a aventura, poderá fazê-lo às claras, não mais na clandestinidade que, por si só, traz consigo um ingrediente estimulante e atraente. Quando o que era proibido e sigiloso passa a ser permitido e público, tudo perde um pouco a emoção e o relacionamento espúrio passa a ser um outro relacionamento normal, sujeito aos mesmos problemas de um casamento tradicional.

Já não há inimigos a vencer, coisas a esconder, cumplicidade a ser mantida no clima da batalha secreta que une ambos contra o inimigo comum: a esposa enganada.

Como a esposa já se posicionou liberando o marido para que siga seu caminho,tanto ele quanto a nova companhia estarão presos, agora, um ao outro, tendo que administrar os mesmos problemas que o casal que se desfaz, provavelmente, já tinha equacionado há muito tempo no relacionamento antigo.

Agora, se o homem estava apenas envolvido pela emoção nova produzida pela ardente experiência, a postura adulta de sua esposa produzirá nele um choque de tal natureza que será capaz de reconduzi-lo à consciência de si próprio, lembrando-lhe que será muito difícil que a amante possua a nobreza que a própria esposa está demonstrando ao lhe permitir, sem escândalos, viver a aventura da maneira como lhe pareça boa.

Nenhum homem é capaz de trocar uma mulher segura e amiga incondicional por uma aventura arrojada que pode se revelar um grande problema logo mais adiante.Mesmo quando a sexualidade interfira na opção inicial, fazendo com que alguns homens imaturos busquem aventuras com “corpos femininos” para saciarem suas dependências psicológicas, ao se depararem com as “almas femininas”, exigentes,caprichosas, ciumentas, mesquinhas, escondidas dentro dos corpos torneados; esses mesmos homens começam a observar que, em geral, essas “novidades” acabam muito piores do que as antigas companheiras, que os deixaram livres para que quebrassem a cara nas aventuras físicas.

Marisa pergunta:

Essa é uma teoria muito bonita, mas  alguma mulher a segue?

Glaucia  continua :

No fundo, todas fazemos as mesmas coisas sempre, buscando demolir o traidor com a volúpia de um trator, para vê-lo despedaçado. Não é isso que acontece?

Acho que é essa a escolha que a maioria tem adotado porque não tem segurança no próprio afeto que diz nutrir pelo companheiro.
  
Quando a pessoa ama de verdade, sua preocupação com a felicidade do outro vem em primeiro lugar e isso inclui, inclusive, essa capacidade de renunciar para que o outro ou a outra possa procurar a sua felicidade pessoal. Preferimos, nos transformar em gaiolas douradas, cheias de riquezas ou tesouros, mas que se mantenham fechadas ao redor daqueles a quem nos devotamos. Cada uma das barras desta jaula nós a construímos com um dos serviços que lhes prestamos. Assim, transformamos nossas concessões sexuais em algumas partes da jaula. Convertemos a roupa que lavamos, a comida que cozinhamos, os filhos que criamos em outras tantas barras dessa gaiola.

Usamos o dinheiro que ganhamos, as dívidas que fazemos, os ciúmes que demonstramos, os trejeitos físicos como outras fontes de aprisionamento, mas, em momento algum, aceitamos que os nossos companheiros ou companheiras devem ser livres para voar para onde quiserem. Enquanto não formos assim, jamais teremos certeza de que estão conosco por aquilo que representamos em suas vidas e não porque estão suficientemente amarrados a nós, sem poderem escolher ou sem terem coragem de
arriscar coisa diferente.

Quando alguém não é livre para partir, a sua permanência não indica alegria por estar do nosso lado.

Somente quando as portas da gaiola estão abertas é que podemos admirar a fidelidade daquele que está ao nosso lado, que mesmo podendo partir, continua ali por nos amar e por nos querer verdadeiramente.

É por falta desse sentimento real que a maioria das mulheres se permite essa estratégia de agir para amarrar com suas teias pegajosas, nas disputas umas com as outras, aqueles que consideram o seu patrimônio e sobre o qual devem exercer uma vigilância canina e cruel.

De qualquer forma, poucas delas conseguem desfrutar de uma felicidade real ao lado da pessoa que dizem amar.

Prender alguém, por mais dourados que sejam os laços ou as correntes, não deixa de ser uma prova de desamor.

E ainda que conseguíssemos passar por cima do companheiro e sua nova companhia, destruindo a felicidade de ambos, arrasando-os para sempre, isso não nos faria felizes por recuperar o ser amado de nosso coração.

Seria apenas, como tem sido sempre, a expressão de nossa animalidade que não suporta perder uma disputa.

Isso tudo é fruto do nosso orgulho e não do amor que dizíamos ter por aquele ou aquela que nos trocou por outra companhia.

Diga sempre , a que, você ama, que tem tanto amor por ele que, se acontecer de encontrar alguém que a faça mais feliz do que eu o esteja fazendo, está autorizado a me deixar e seguir com essa pessoa para construir sua felicidade ao lado dela.
  
Quem verdadeiramente ama , fala sempre e não em tom de ameaça. Fale, antes de tudo, como uma amiga que quer a sua felicidade verdadeira e que será mais feliz em vê-lo bem com outra do que vê-lo triste na minha companhia. Não suportaria uma vida ao lado de alguém que tivesse que me abraçar, me acariciar, de maneira forçada ou artificial.”

 Hoje  estudando o espiritismo , através  do Livro dos Espíritos, do Evangelho Segundo o Espiritismo  e  estar absorvendo todos esses  ensinamentos, vejo que  tudo isso tem um sentido maior.Que enquanto não nos despojarmos  de nosso orgulho, de nosso sentimento de posse, de nossas  vaidades ,sempre  estaremos agindo contra o verdadeiro  AMOR que   o nosso Mestre  JESUS nos  ensina.

Por isso reflitam, analisem e coloquem em suas  vidas  essas  lições que  servem tanto para o homem quanto para as  mulheres, em qualquer  relacionamento que  tenham.

domingo, 12 de agosto de 2012

5 PASSOS PARA A NOSSA REFORMA INTERIOR

O  livro " Agenda Minima  para Evoluir"  escrito por  Saara Nousiainen, nos mostra de forma  simples como podemos exercitar-nos para realizar a nossa  reforma  intima.

transcrevo  abaixo  os  5  pontos  básicos a  saber:

Afetividade – Sendo o amor o maior dos valores da alma, o primeiro ponto a ser considerado é a afetividade. Quando nos habituarmos a vivenciá-la, estaremos dando o mais importante dos passos no rumo do amor e da nossa evolução espiritual.

Alteridade – Resumidamente, podemos dizer que ela representa o respeito que devemos ter para com todos, além da disposição para aceitar e aprender com os que são e pensam diferente de nós. É também a construção da fraternidade apesar das divergências, respeitando-as e procurando aprender com as diferentes opiniões. Mas não significa deixar de discutir, debater, questionar.
A discussão, o debate e o questionamento são saudáveis quando se respeita o outro, a sua maneira de ser e de pensar. É, sem dúvida, o veículo que ajudará a conduzir a humanidade para a tão esperada nova era.

Humildade - É uma percepção clara da nossa real condição. Nem para mais,nem para menos.
Se for para mais, nos levará ao orgulho, porque pensar que somos mais evoluídos do que nossa realidade, acarreta envaidecimento. Pela nossa pouca evolução, estamos ainda muito predispostos a cair nessa ilusão.
Se forçarmos nossa percepção para menos, isto nos levará a uma situação irreal e à diminuição da nossa auto-estima, o que é prejudicial para nossa vida e evolução.

Contentamento – É importantíssimo desenvolver os valores que nos tornam pessoas melhores, presenças benéficas. E quanto a nós? O que fica faltando para alcançarmos a plenitude? Certamente ela está no coroamento dos valores da alma, no contentamento, que é nossa vibração de vida.

Equilíbrio - Complementa todos os outros, dando-lhes um eixo. Não é estado de espírito, mas atributo da mente e um dos mais importantes valores do ser racional, já que possibilita maior número de acertos e evita muitas quedas. É irmão gêmeo da sabedoria.

Nos pontos apresentados o equilíbrio deve sempre estar presente:

Na afetividade, norteando os envolvimentos de forma a não transformá-la em algemas, ou em dependência de qualquer natureza.

Na alteridade é fundamental para orientar nossas reflexões, debates ou discussões com serenidade, isenção de ânimo e maturidade, possibilitando gerar as mais acertadas conclusões.

Na humildade é o suporte necessário para não cairmos nos extremos, sempre prejudiciais.

No contentamento evita exageros e falsas exibições.

Em todos os atos e passos do nosso existir o equilíbrio é valor fundamental,por nos proporcionar um alicerce necessário ao correto entendimento de tudo.

Representa a maturidade despontando em quem o possui.

Portanto,meditemos e  coloquemos  em prática  essa lição para iniciarmos a  nossa  reforma íntima, o mais  rapidamente possível. Provavelmente alguns  pontos  acima voce  já os tenha  colocado em prática. Mas é  importante  que  voce  reflita a respeito de cada  um  e  veja  se realmente é  dessa  forma  que  voce  o está praticando. Exercite  os  demais diariamente.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Voce realmente fala a verdade?

Muitas pessoas vivem falando aos quatros cantos do mundo que somente falam a verdade doa a quem doer, mas será que realmente fazem isso.Muitas quando se trata de amigos, irmaos , acabam não falando a verdade com medo de magoarem ou de se comprometerem. Ou seja, se flagram alguns deles cometendo uma traição , por exemplo, se manteriam calados(as) para não comprometerem-se e não serem o pivô de uma separação . Portanto , não adianta dizer que falam a verdade a quem quer que seja, pois as pessoas não estão preparadas para ouvir as verdades.
Reproduzo um texto abaixo que achei muito interessante feito pelo Wilson Gonzaga :
 
"Você já reparou a dificuldade que temos para ouvir a verdade? A gente vive dizendo que adora pessoas sinceras, que detesta a hipocrisia, mas isso é uma hipocrisia social porque, por exemplo: Quando os nossos filhos, na inocência de criança, começam a falar a verdade dizendo:
- Nossa tia, como o seu cabelo está feio. Nossa, vejam que criança feia. Logo são repreendidos e a gente diz que eles são mal-educados, e eles, só disseram a verdade. Imagine se nós mesmos fossemos só falar a verdade. Imagine você chegando no trabalho as oito horas da manhã e dizendo: bom dia fulano. Nossa! Que mau hálito que você está. Oh! Tem uma meleca saindo do seu nariz. Credo! Este vestido ficou horroroso em você. Ou então:
- Nossa! Que bunda que você tem. Como você está gostosa hoje. Iríamos ser despedidos e não chegaríamos até o meio-dia com um amigo. E por falar em amigo, tenho um amigo, que só fala a verdade. É uma criança, chama-se Guga , Gustavo. O Guga só fala a verdade, outro dia jantando na minha casa ele disse:
- A sopa está ruim, o pão está murcho, o refrigerante não está gelado, pai vamos embora que eu quero ir para o Mac Donald. Eu dei uma grande gargalhada e disse:
- Você é meu ídolo, Guga.
Um dia desses, liguei pra ele, porque ele já está tendo problema de relacionamento na escola, justamente por falar a verdade. Eu disse a ele: - Olha, o mundo vai te impedir de falar só a verdade, mas comigo mantenha esta sua sinceridade, porque você é a única pessoa que conheço que só fala a verdade e quero aprender a digerir a verdade, seja ela como for. Desejo isso a você também. Assumir a verdade custe o que custar não é fácil, mas quem sabe a gente consegue. Pense nisso! Um cafuné na tua alma e tchau!
Vamos repensar e nos preparar para agirmos com a espontaneidade e sinceridade de uma criança."

Cristo mesmo  nos  falou  que  se não nos  assemelharmos  a uma criança  não  entraremos no Reino dos Céus .Porque  a criança  ainda  não está impregnada pelo orgulho, vaidade, egoismo.Ela tem a simplicidade ao falar e  ao colocar  o seu ponto de vista de forma pura, coisa que  nós  adultos não o temos e não fazemos, porque  nos  escondemos  atrás  de uma  máscara.Máscara esta que  um dia  cairá e ficaremos  " Nús" diante  dos outros, mostrando o nosso verdadeiro "EU".

DECEPÇÕES-VC JA TEVE ALGUMA?



Dificilmente alguém passa pela existência sem sofrer uma desilusão, ou ter alguma surpresa desagradável em algum momento da caminhada.
Podemos dizer que o sabor de uma decepção é amargo e traz consigo um punhal invisível que dilacera as fibras mais sutis da alma.
Isso acontece porque nós só nos decepcionamos com as pessoas em quem investimos nossos mais puros sentimentos de confiança e amor.
Pode ser um amigo, a quem entregamos o coração e que de um momento para outro passa a ter um comportamento diferente, duvidando da nossa sinceridade, do nosso afeto, da nossa dedicação, da nossa lealdade...
Também pode ser a alma que elegemos para compartilhar conosco a vida, e que um dia chega e nos diz que o amor acabou, que já não fazemos mais parte da sua história... Que outra pessoa agora ocupa o nosso lugar.Ou alguém que escolhemos como modelo digno de ser seguido e que vemos escorregando nas valas da mentira ou da traição, desdita que nos infelicita e nos arranca lágrimas quentes e doloridas, como chama que queima sem consumir.

Enfim, só os nossos amores são capazes de nos ferir com a espada da decepção, pois os estranhos não têm esse trágico poder, já que seus atos não nos causam nenhuma impressão.

Assim, valem a pena algumas reflexões a esse respeito para que não nos deixemos atingir pela cruel espada da desilusão.

Para tanto, podemos começar levando em conta que, assim como nós,nossos amores também não são perfeitos. E que, geralmente, não nos prometem santidade ou eterna fidelidade.

Nunca nos disseram que serão eternamente a mesma pessoa e que jamais nos causariam decepções. Nós é que queremos que sejam como os idealizamos. Assim nos iludimos. Mas só se desilude quem está iludido. 
Importante que pensemos bem a esse respeito, imunizando a nossa alma com o antídoto eficaz do entendimento.
Importante que usemos sempre o escudo do perdão para impedir que os atos infelizes dos outros nos causem tanto sofrimento.
Importante, ainda, que façamos uso dos óculos da lucidez, que nos permitem ver os fatos em sua real dimensão e importância, evitando dores exageradas.

A ilusão é como uma névoa que nos embaraça a visão, distorcendo as imagens e os fatos que estão a nossa frente.
E a decepção nada mais é do que perceber que se estava iludido, enganado sobre algo ou alguém. Assim, se você está amargando a dor de uma desilusão, agradeça a Deus por ter retirado dos seus olhos os empecilhos que lhe toldavam a visão.Passe a gostar das pessoas como elas são e não como você gostaria que elas fossem.

Considere que você também já deve ter ferido alguém com o punhal da decepção, mesmo não tendo a intenção, e talvez sem se dar conta disso.Por todas essas razões, pense um pouco mais e espante essa tristeza do olhar... Enxugue as lágrimas e siga em frente... sem ilusões.Aprenda a valorizar nas pessoas suas marcas positivas.
Lembre-se de que cada um dá o que tem, o que pode oferecer.Uns oferecem o ácido da traição, o engodo da hipocrisia, o fel da ingratidão, pois é o que alimentam na alma.

Mas, seja você a cultivar em seu jardim interior as flores da lealdade, do afeto, da compreensão, da honestidade, para ofertar a todos aqueles que cruzarem o seu caminho.

Seja você alguém incapaz de ferir ou provocar sofrimentos nos seres que caminham ao seu lado.

Autor Desconhecido.

NOSSOS CICLOS


Durante nossa vida passamos por vários ciclos: infância, juventude, maturidade e velhice. Vivemos também ciclos de alegria, de tristeza, de namoro, de casamentos, de trabalho, de descanso, até o ciclo de retorno, que é também, comumente chamado de “morte”. Porém a morte nada mais é do que parte do ciclo da vida; um ciclo de retorno ou de passagem  para o outro ciclo natural.

Os ciclos são impulsionadores, de continuidade da vida, pois sem eles não haveria continuidade de nada. Como seria  o dia  sem a noite para lhe  impulsionar , da mesma  forma  como seria a noite  sem o dia .

A maioria das pessoas tem dificuldade  com ciclos , principalmente em encerrá-los; então o ciclo retorna a partir dele mesmo quando deveria  expandir em continuidade rumo a uma nova  origem. Isto predispõe que  coisas, situações, pessoas,sentimentos,relacionamentos que deveriam se encerrados  em nossas vidas, até mesmo por uma  decisão interna ou por uma situação externa de termino , não se  encerram , continuando sua ação de forma que os conteúdos  acabam retornando a nós , mesmo  que  não os queiramos  mais. Isso são os chamados  “ Ciclos Viciosos”. Os ciclos trazem naturalmente a força da continuidade, portanto é necessário deixá-los  caminhar em seu rumo natural.
A dificuldade de encerramento de ciclos traz o apego  ao velho , ao passado  onde há uma teima em que  tudo ou alguma coisa permaneça como sempre  existiram.Dessa forma quantas  vezes sofremos por não aceitarmos que o tempo passou, que as  coisas mudaram, que  não se é mais jovem ,q eu  o casamento acabou, que os filhos cresceram, que a família não é mais a mesma, que a empresa mudou, que o mercado  de trabalho não é mais o mesmo , que algumas pessoas não fazem mais parte  de nossa  vida, enfim, que  o  tempo passa e com ele se evidenciam os sinais dessa passagem.
Seremos  sempre impulsionados à continuidade de nossa existência  e assim, não podemos e não temos força para  determos a continuidade natural dos ciclos.Portanto deixemos livre os ciclos para que ele nos conduza
àqueles que devam ser encerrados  e sustentarmos os que devem seguir em continuidade.
Se não queremos mais os ciclos viciosos em nossas vidas, trabalhemos com o desapego  ao velho,encerrando os ciclos para que assim , de forma   natural,seja  impulsionado  ao novo ciclo que  nos aguarda.como  o próprio dito popular  fala “ Quando se fecha  uma porta , se abre um portal “ , ou seja , quando encerramos um ciclo, em seu momento real  de termino , mesmo que esse ciclo , em algum momento   de nossas vidas tenha sido  muito bom, um outro com muitas  oportunidades se  abre para  nós, nos trazendo a  força  da continuidade para  o  novo.

Texto tirado  do livro  Visão Gestadora – A  visão  em
Teia  - de Ramy Arany.