domingo, 21 de fevereiro de 2010

ENTENDENDO O PORQUE DAS COISAS E SUAS CAUSAS

Em todas as nossas postagem salientamos a necessidade de nos conhecermos a fim de podermos conseguir melhor transpor os obstáculos que se interpõe em nossas vidas diariamente.Sem esse conhecimento o homem não consegue clarear e entender o seu futuro.Para poder trilhar os caminhos da vida ele precisa andar com passos firmes,precisa saber para onde vai. Precisa se entender e seguir as leis superiores para poder trabalhar eficazmente a sua própria melhoria e do meio social em que vive.Leis essas que deve estudar para poder determinar os deveres que elas impõem,e prever as consequências de suas ações.

Quando tiver compreendido a grandeza das Leis do Universo, que regem a sua vida, poderá se desapegar daquilo que o diminui e o rebaixa;poderá governar com sabedoria , e viver, com o seu semelhante como irmãos ,através da união de uma grande família que somos.

Mas poucos de nós conseguirá isso, pois a grande maioria ainda caminha pela via comum, em meio ao noite escura,ignorante de si mesmo,nada compreendendo do proposito real de sua existência.Estamos ainda presos dentro das nossas próprias trevas.As luzes da verdade nos chegam de forma pálidas,enfraquecidas, impotentes para clarear as rotas sinuosas trilhadas por nós que marchamos perdidos e para fazer brilhar aos nossos olhos o objetivo ideal e longínquo. Ignorando o nosso próprio destino,flutuando sem cessar entre o preconceito e o erro, maldizemos a vida e curvando-nos sobre o nosso próprio fardo,lançamos sob os nossos semelhantes a culpa de tudo o que nos acontece e que são geradas pela nossa própria imprevidência.Nos revoltamos contra Deus, a quem acusamos, constantemente de ser injusto.E acabamos,algumas vezes,em virtude de nossa loucura e desespero a desistir de lutar.

Leon Denis nos explica da seguinte forma :

Por que é assim? Por que o homem desce fraco e desarmado na grande arena onde trava sem trégua, sem descanso, a eterna e gigantesca batalha? É porque este globo, a Terra,está em um degrau inferior na escala dos mundos. Aqui residem em sua maior parte espíritos infantis, isto é, almas nascidas há pouco tempo para a razão. A matéria reina soberana em nosso mundo. Nos curva sob seu jugo, limita nossas faculdades, estanca nossos impulsos para o bem e nossas aspirações para o ideal.

Além disso, para discernir o porquê da vida, para entrever a lei suprema que rege as almas e os mundos, é preciso saber se libertar dessas pesadas influências, desapegar-se das preocupações de ordem material, de todas essas coisas passageiras e cambiantes que encobrem nosso espírito e que obscurecem nossos julgamentos. É nos elevando pelo pensamento acima dos horizontes da vida, fazendo abstração do tempo e do lugar,pairando, de alguma forma, acima dos detalhes da existência, que perceberemos a verdade.

Por um esforço de vontade, abandonemos um instante a Terra e gravitemos nessas alturas imponentes. De cima se desenrolará para nós o imenso panorama das idades sem

conta, e dos espaços sem limites. Da mesma forma que o soldado, perdido no conflito,não vê senão confusão em torno dele, enquanto o general, cujo olhar abraça todas as peripécias da batalha, calcula e prevê os resultados; da mesma forma que o viajante,perdido nas sinuosidades do terreno pode, escalando a montanha, vê-las se fundir em um plano grandioso; assim a alma humana, da altura onde plana, longe dos ruídos da terra e longe dos baixios obscuros, descobre a harmonia universal.- Aquilo que, aqui em baixo, lhe parece contraditório, inexplicável e injusto, quando visto do alto, se reata, se aclara; as sinuosidades do caminho se endireitam; tudo se une, se encadeia; ao espírito,fascinado, aparece a ordem majestosa que regula o curso das existências e a marcha do universo.

Dessas alturas iluminadas, a vida não é mais, para os nossos olhos, como é para os da multidão - uma vã perseguição de satisfações efêmeras - mas antes um meio de aperfeiçoamento intelectual, de elevação moral, uma escola onde se aprende a doçura, a paciência e o dever. E essa vida, para ser eficaz, não pode ser isolada. Fora de seus limites, antes do nascimento e após a morte, vemos, em uma espécie de penumbra,desenrolar-se inúmeras existências através das quais, ao preço do trabalho e do sofrimento, conquistamos, peça por peça, retalho por retalho, o pouco de saber e de qualidades que possuímos; por elas igualmente conquistaremos o que nos falta: uma razão perfeita, uma ciência sem lacunas, um amor infinito por tudo que vive.

A imortalidade se assemelha a uma cadeia sem fim e se desenrola para cada um de nós na imensidade dos tempos. Cada existência é um elo que se religa, na frente e atrás, a elos distintos, a vidas diferentes, mas solidárias entre si. O presente é a conseqüência do passado e a preparação do futuro. De degrau em degrau, o ser se eleva e cresce. Artesã de seu próprio destino, a alma humana, livre e responsável, escolhe seu caminho e, se este caminho é mau, as quedas que advirão, as pedras e os espinhos que a dilacerarão,terão o efeito de desenvolver sua experiência e esclarecer sua razão nascente.

Portanto reflitamos sobre todas essas coisas e procuremos entender que os grandes causadores de tudo o que nos ocorre somos nós mesmos e que somente nós é que podemos modificar tudo isso.



Texto baseado no livro O Porque da Vida – de Leon Denis