quarta-feira, 3 de março de 2010

REENCARNAÇÃO -PREPARANDO-SE PARA A VOLTA

De tempos em tempos somos impelidos a retornar ao Planeta Terra, visando colocar em prática as lições aprendidas na erraticidade (plano espiritual) e que foram exaustivamente discutidas com nossos mentores...

Nem sempre foi assim. No começo de nossa evolução, passávamos pelo plano espiritual, muitas vezes sem compreender que tínhamos desencarnado, que o corpo físico tinha ficado pra trás. Em muitas dessas oportunidades continuávamos as brigas e guerras começadas aqui no plano terráqueo e seguíamos até sermos conduzidos a nova oportunidade, visando esquecer o passado, desfazer laços de ódio e morte.

Em algumas de nossas experiências na carne aproveitávamos alguma coisa mais, guiados por seres de luz que ao reencarnar, cumpriam elevada missão na Terra. Mas sem a presença amorosa deles ao nosso lado, caíamos novamente, fazendo a nossa ascensão em espiral, subindo e descendo, progredindo e retornando até sedimentar bem os ensinamentos a ponto de fazer o que achamos certo de forma natural.

Os avatares se sucederam, com suas doutrinas e exemplos variados, e sempre vai ser assim em todas as moradas do Pai. Sempre estaremos acompanhados dos mentores amorosos que nos guiam e nos esperam, numa paciência sem fim aliada a uma compaixão sem limites. Preferimos escolher outras companhias, que vibram ainda arraigadas ao sexo, ao dinheiro, ao poder e principalmente ao egoísmo, e por isso as companhias espirituais da Terra são ainda na sua maioria de espíritos atrasados.

Na medida em que ganhamos discernimento, mais responsabilidade vamos tendo no processo  de renascer, e mais valor damos a esse momento mágico que constitui nossa volta ao plano de provas e expiações libertadoras.

Imagine que você poderia ter a chance de viajar para um país estrangeiro, distante, onde ninguém saberia quem você é, o que fez, podendo recomeçar do zero. O que você prometeria? O que mudaria? Se tivesse orientadores amorosos, que conselhos eles lhe dariam? Pois foi exatamente isso que aconteceu conosco antes de reencarnar. Habitando o plano espiritual, fomos acolhidos em uma colônia espiritual. Alguns de nós puderam ir a colônias mais bonitas e luminosas, com grandes Universidades. Passaram anos estudando e trabalhando tentando interiorizar os ensinamentos superiores, e envolvidos naquele ambiente de paz e amor fraternal, puderam alçar vôos mais altos.

Outros foram levados a colônias mais perto da Terra, às vezes postos de socorro em zonas umbralinas, mas também construídas em um ambiente de trabalho e amor, podendo ali, refazer suas energias e aprender a trabalhar em prol do outro, a favor de sua recuperação, pois na maioria das vezes, ao desencarnar, levamos a consciência culpada, pelas promessas não compridas e pelo tempo perdido em banalidades sem fim.

Independente do local aonde fomos acolhidos, e do tempo que ficamos na erraticidade, chegou um dia em que aqueles que se ligam a nós por laços de amor secular e às vezes milenar, se reuniram conosco no momento crucial de definir as metas e soluções para que nossa vida atual pudesse ser a mais proveitosa possível do ponto de vista espiritual.

Reunidos em salas apropriadas nessas colônias, relembramos cenas do passado recente ou distante, pormenorizando nossas falhas e acertos, sendo assistidos por médicos e técnicos do astral que se especializaram em preparar reencarnações. Muitas vezes ligados em excesso a culpa que nos assola o coração e a consciência, atrapalhávamos o processo de renascimento, querendo carregar mais do que poderíamos, ou em outro extremo, pretendendo fugir das responsabilidades, como crianças que solicitam ao professor o adiamento da prova.

Mas os mentores amorosos, imbuídos da sabedoria necessária a melhor nos orientar, traçam os caminhos gerais de nossa vida terrena, deixando que nosso livre-arbítrio seja nosso guia dentre de determinados limites que devem nos proteger. São definidos os pais, em encontro na espiritualidade que visa dirimir eventuais antipatias e iniciar um vínculo energético que sustentará a gestação.

Momentos de medo, tensão, angústia, naturais antes de qualquer viagem, aconteceram com todos nós. Tivemos medo de errar, de não estar à altura da expectativa criada nas reuniões com os mentores. O temor maior era esquecer completamente nossas missões individuais, pois uma vez aqui encarnados, não estaríamos mais envoltos naquele ambiente de amor e trabalho dedicado ao Cristo que tanto facilitava nossa vida no plano espiritual.

Uma vez iniciado o processo de miniaturização, para acoplamento do nosso corpo perispiritual com o zigoto em formação, mergulhamos no esquecimento abençoado, embalados no sono da esperança, mas isso já é assunto para outro dia.

Se temos a oportunidade de acreditar na reencarnação, mesmo não nos lembrando de forma clara de nossa missão e compromissos assumidos na espiritualidade, devemos fazer o máximo para que o Cristo viva em nossos atos diários, caminhando rumo ao Pai maior.

Texto  de VICTOR RABELO

domingo, 21 de fevereiro de 2010

ENTENDENDO O PORQUE DAS COISAS E SUAS CAUSAS

Em todas as nossas postagem salientamos a necessidade de nos conhecermos a fim de podermos conseguir melhor transpor os obstáculos que se interpõe em nossas vidas diariamente.Sem esse conhecimento o homem não consegue clarear e entender o seu futuro.Para poder trilhar os caminhos da vida ele precisa andar com passos firmes,precisa saber para onde vai. Precisa se entender e seguir as leis superiores para poder trabalhar eficazmente a sua própria melhoria e do meio social em que vive.Leis essas que deve estudar para poder determinar os deveres que elas impõem,e prever as consequências de suas ações.

Quando tiver compreendido a grandeza das Leis do Universo, que regem a sua vida, poderá se desapegar daquilo que o diminui e o rebaixa;poderá governar com sabedoria , e viver, com o seu semelhante como irmãos ,através da união de uma grande família que somos.

Mas poucos de nós conseguirá isso, pois a grande maioria ainda caminha pela via comum, em meio ao noite escura,ignorante de si mesmo,nada compreendendo do proposito real de sua existência.Estamos ainda presos dentro das nossas próprias trevas.As luzes da verdade nos chegam de forma pálidas,enfraquecidas, impotentes para clarear as rotas sinuosas trilhadas por nós que marchamos perdidos e para fazer brilhar aos nossos olhos o objetivo ideal e longínquo. Ignorando o nosso próprio destino,flutuando sem cessar entre o preconceito e o erro, maldizemos a vida e curvando-nos sobre o nosso próprio fardo,lançamos sob os nossos semelhantes a culpa de tudo o que nos acontece e que são geradas pela nossa própria imprevidência.Nos revoltamos contra Deus, a quem acusamos, constantemente de ser injusto.E acabamos,algumas vezes,em virtude de nossa loucura e desespero a desistir de lutar.

Leon Denis nos explica da seguinte forma :

Por que é assim? Por que o homem desce fraco e desarmado na grande arena onde trava sem trégua, sem descanso, a eterna e gigantesca batalha? É porque este globo, a Terra,está em um degrau inferior na escala dos mundos. Aqui residem em sua maior parte espíritos infantis, isto é, almas nascidas há pouco tempo para a razão. A matéria reina soberana em nosso mundo. Nos curva sob seu jugo, limita nossas faculdades, estanca nossos impulsos para o bem e nossas aspirações para o ideal.

Além disso, para discernir o porquê da vida, para entrever a lei suprema que rege as almas e os mundos, é preciso saber se libertar dessas pesadas influências, desapegar-se das preocupações de ordem material, de todas essas coisas passageiras e cambiantes que encobrem nosso espírito e que obscurecem nossos julgamentos. É nos elevando pelo pensamento acima dos horizontes da vida, fazendo abstração do tempo e do lugar,pairando, de alguma forma, acima dos detalhes da existência, que perceberemos a verdade.

Por um esforço de vontade, abandonemos um instante a Terra e gravitemos nessas alturas imponentes. De cima se desenrolará para nós o imenso panorama das idades sem

conta, e dos espaços sem limites. Da mesma forma que o soldado, perdido no conflito,não vê senão confusão em torno dele, enquanto o general, cujo olhar abraça todas as peripécias da batalha, calcula e prevê os resultados; da mesma forma que o viajante,perdido nas sinuosidades do terreno pode, escalando a montanha, vê-las se fundir em um plano grandioso; assim a alma humana, da altura onde plana, longe dos ruídos da terra e longe dos baixios obscuros, descobre a harmonia universal.- Aquilo que, aqui em baixo, lhe parece contraditório, inexplicável e injusto, quando visto do alto, se reata, se aclara; as sinuosidades do caminho se endireitam; tudo se une, se encadeia; ao espírito,fascinado, aparece a ordem majestosa que regula o curso das existências e a marcha do universo.

Dessas alturas iluminadas, a vida não é mais, para os nossos olhos, como é para os da multidão - uma vã perseguição de satisfações efêmeras - mas antes um meio de aperfeiçoamento intelectual, de elevação moral, uma escola onde se aprende a doçura, a paciência e o dever. E essa vida, para ser eficaz, não pode ser isolada. Fora de seus limites, antes do nascimento e após a morte, vemos, em uma espécie de penumbra,desenrolar-se inúmeras existências através das quais, ao preço do trabalho e do sofrimento, conquistamos, peça por peça, retalho por retalho, o pouco de saber e de qualidades que possuímos; por elas igualmente conquistaremos o que nos falta: uma razão perfeita, uma ciência sem lacunas, um amor infinito por tudo que vive.

A imortalidade se assemelha a uma cadeia sem fim e se desenrola para cada um de nós na imensidade dos tempos. Cada existência é um elo que se religa, na frente e atrás, a elos distintos, a vidas diferentes, mas solidárias entre si. O presente é a conseqüência do passado e a preparação do futuro. De degrau em degrau, o ser se eleva e cresce. Artesã de seu próprio destino, a alma humana, livre e responsável, escolhe seu caminho e, se este caminho é mau, as quedas que advirão, as pedras e os espinhos que a dilacerarão,terão o efeito de desenvolver sua experiência e esclarecer sua razão nascente.

Portanto reflitamos sobre todas essas coisas e procuremos entender que os grandes causadores de tudo o que nos ocorre somos nós mesmos e que somente nós é que podemos modificar tudo isso.



Texto baseado no livro O Porque da Vida – de Leon Denis

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

REEQUILIBRANDO NOSSO SENTIMENTOS

Temos durante tanto tempo nos preocupados com o que os outros pensam de nós,de como devemos agir ou nos comportar em função do que as pessoas acham, que esquecemos que estamos perdendo tanto tempo para colocar o que realmente sentimos e queremos de nós mesmos e não o que os outros querem que façamos.

Não há mais tempo.Por isso devemos começar a reequilibrar os nossos sentimentos.

No momento de transição por que passa a terra ,não podemos permanecer abstraidos de nossas obrigações espirituais, nem tampouco podemos continuar a nossa caminhada evolutiva sem que conheçamos e compreendamos os nossos próprios sentimentos.

Não devemos simplesmente querer tirar de nós mesmos os nossos sentimentos negativos.Devemos sim, entende-los e descobrir o porque estamos sentindo esse tipo de sentimento e posteriormente reequilibrar esses mesmos sentimentos.

Aguinaldo Paviani em seu livro Não há mas tempo nos diz que :

“O medo que muita vezes nos auxilia na preservação de nós mesmos,quando em desequilibrio nos atira em abismos de inconsequencias ou nos conduz ao martirio da ansiedade que à semelhança de um ácido corrosivo destroi qualquer possibilidade de felicidade duradoura.

A alegria que sentimos e que na medida ideal dá um colorido especial à vida e enche de esperança os nossos corações,quando se encontra desequilibrada nos empurra para a tristeza, transformando a nossa existencia em um pesado fardo, quando não nos precipita em situações ridiculas,oriundas da euforia.

A tolerancia quando colocamos em pratica, asserena os animos mais exaltados,agregando corações e proporcionando um ambiente de paz, porém quando em desequilibrio, torna as relações humanas azedas,comprometendo a afetividade ou ainda podendo gerar a omissão que em termos modermos tem sido um desafio a mais para a nossa reforma intima.”

Ou seja , quando estamos desequilibrados – e se formos parar para analisar, nós nos encontramos em permanente desequilibrio- tudo fica muito mais dificil.O ser humano com essa mania de se motivar a fazer tudo para ter os bens materiais cada vez mais , esquece de procurar a Deus.Esquece que de se encontrar.Esquece de olhar para dentro de si mesmo .Só está preocupado com as aparencias.Com status, e por ai a fora. Esquece ele que nada disso que por tanto luta , nada levará quando daqui partir.

Estamos entrando em uma fase em que devemos começar- ou seja , já deveriamos ter começado-a correr , a lutar para nos modificarmos interiormente, a ver que não devemos somente nos preocuparmos com os bens materias,claro que dependemos deles para sobreviver, para crescermos, a fim de podermos resgatar a pessoa real que somos.Para colocarmos em pratica conosco mesmo os ensinamentos fornecidos a mais de 2000 anos atrás, por Jesus, e que até o presente momento nada aprendemos.

Continuamos egoistas, orgulhosos em demasia.Continuamos a olhar somente para o nosso umbigo, esquecendo que há outras pessoas a nossa volta necessitando de uma palavra amiga,de uma mão estendida, de um ombro , de um abraço apenas.

Lendo uma revista, dessas que nos dão quando passamos perto de uma igraja evangelica,que fazia o seguinte questionamento: VOCE SABE A ONDE DEUS ESTÁ ?VOCE REALMENTE SE CONHECE?VOCE SABE QUAL A SUA VERDADEIRA MISSÃO AQUI NA TERRA?Acredito que pouquissimas pessoas sabem responder a estas questões assim como outras.Eu posso dizer com certeza que até bem pouco tempo atrás não teria condições de responder ou responderia de maneira pejorativa, mas hoje sei que tenho condições de saber as respostas para essas questões.Basta procurarmos dentro de nós mesmos.Basta reequilibrarmos nossos sentimentos .Basta nos conhecermos.



quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

PORQUE NÃO RESISTIMOS AS TENTAÇÕES

Lendo alguns livros espiritas, especialmente aqueles que nos falam sobre a reforma intima me detive em uma frase dita pelo apostolo `Paulo de Tarso que retrata muito bem o tema acima.


Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.” Paulo de Tarso – Romanos, 7:19.

Muitos de nós tentamos parar de fumar, de beber, fechar a boca para emagrecer,ter pensamentos improprios ou lasivos em demasia, etc, mas o conseguimos por um periodo curto de tempo, pois logo nos deixamos vencer pela nossa vontade e acabamos fazendo tudo novamente , e muitas vezes com uma intensidade muitas vezes maior do que antes. Ai me pergunto : Porque não conseguimos cumprir com as determinações a que nos propusemos? Porque nos deixamos ser tomados por uma vontade de retornarmos a aquilo que esta nós prejudicando?.Por que ainda não nos achamos preparados para enfrentarmos cara a cara o nosso proprio “Eu “ interior.Porque nos achamos fracos.Porque não nos gostamos como deveriamos.

Posso falar ´por mim mesmo.Fumei durante mais de trinta anos e por diversas vezes tentei parar mas não conseguia ficar muito tempo sem o vicio.O maior tempo que fiquei sem fumar foi por nove meses, mas bastou um deslize de minha parte para voltar a fumar.Hoje, já estou a quase dois anos sem colocar um cigarro se quer na boca ,pois fortaleci a minha força de vontade além do que não me deixo levar mais pelas influenciações ,pois comecei a gostar mais de mim.Estou em processo de aprendizado. Estou procurando me conhecer um pouco mais, para continuar a me fortalecer e vencer outras deficiencias que tenho.Mas tudo tem o seu tempo certo para acontecer.Por isso temos que nos preparar.Temos que continuar tentando.

Uma observação que li é que não damos o devido valor as pequenas conquistas que conseguimos e por conseguinte permitimo-nos a expansão dos sentimentos de impotencia e de menosprezo aos esforços ja aplicados por nós mesmos.Devemos sempre nos questionar “O que estou fazendo para a minha melhora?.Termos noção claras sobre as nossas conquistas interiores, mesmo que poucas expressivas, é motivo de muita alegria e de motivação mental para darmos prosseguimento as nossas tentativas de fazermos o que é realmente correto .

A única certeza que temos de que estamos fazendo algo a nosso favor, em nos conhecermos a fundo ,é a continuidade que damos aos nossos projetos de reforma interior.Os obstaculos que aparecerão a nossa frente serão muitos e não devemos esperar por facilidades,mas sim termos a coragem e o otimismo necessário para vencermos os desafios que aparecerão. “

“Nossas conquistas não podem ser edificadas na calmaria. Nossas virtudes não florescerão sem os golpes da dor que dilacera arestas e poda os espinhos da imperfeição.”-do livro Reforma Intima sem martirio-Wanderlei S. de Oliveira.



quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

QUE SENTIMOS SOBRE NÓS?

“Quando saíam de Betânia, ele teve fome; e, vendo ao longe uma figueira, para ela encaminhou-se, a ver se acharia alguma coisa; tendo-se, porém, aproximado, só achou folhas, visto não ser tempo de figos.”-O Evangelho Segundo o Espiritismo – capítulo XIX – item 8


Os sentimentos que mais necessitamos compreender para a nossa harmonia são aqueles que dizem respeito a nós próprios.


Que sentimos sobre nós? Qual a relação afetiva que temos conosco? Como temos tratado a nós mesmos? A partir de uma viagem nesse desconhecido íntimo, faremos descobertas fascinantes e primordiais para uma integração harmoniosa com a Lei Divina e o próximo. A partir da harmonia que podemos criar com nossa “vida profunda”, essa busca de si mesmo terá como prêmio o encontro com o “eu verdadeiro”, aquilo que realmente somos – a singularidade.


Como começar essa viagem de auto-encontro em favor da consolidação de uma relação pacífica e amorosa conosco? Como trabalhar a aplicação do auto-amor? Façamos, inicialmente, algumas indagações.


Que fatores íntimos determinam a nossa dependência de situações e pessoas? Que causas emocionais ou psicológicas podem afastar-nos do desejo de sermos criativos e espontâneos? O que nos impede de avançar em direção aos nossos íntimos de realização e felicidade? Por que ainda não temos conseguido progresso na construção de valores pessoais em sintonia com os propósitos iluminados da Doutrina Espírita? O que realmente queremos da vida?


O primeiro ato educativo na construção do valor pessoal é diluir a ilusão da inferioridade. Buscar as raízes do desamor que usamos conosco. O Criador nos ama como estamos. Temos um nobre significado para Deus. Somente nós, por enquanto, ainda não descobrimos o valor que possuímos. Inegavelmente, poucos de nós apresentamos bom aproveitamento nas oportunidades corporais pretéritas, no entanto, o destaque acentuado aos deslizes e quedas nas vidas sucessivas somente agrava o estado íntimo de amargura da alma. Renascemos com novo corpo para esquecer e olhar para frente. As indagações que devemos assinalar nesta etapa são: Por que não me sinto digno? Quais são minhas reais intenções? Que lições tenho a aprender quando me sinto inferior? Por que determinada atitude ou acontecimento me faz sentir inferior?


Outro aspecto na valorização pessoal a considerar são os julgamentos que aplicam a nós. O que importa é o que faremos diante deles. Como reagiremos? Podemos nos culpar ou adotar o cuidado de refletir sobre o valor que tenham para nós. Quando não cultuamos o auto-amor, os julgamentos alheios constituem espessas algemas das mais nobres aspirações. Em quaisquer situações o amor é nossa couraça pessoal. Quem se ama sabe se defender sem fugas e ter respostas emocionais inteligentes e serenas aos estímulos do meio. Não crescemos sem conviver; isso não significa que devamos permitir a outrem ultrapassar os limites em relação à nossa intimidade. Somente nós próprios podemos penetrar com sabedoria e naturalidade a subjetividade de nosso ser.


Portanto, temos um processo interior – o sentimento de inferioridade – e uma força externa – os julgamentos, a aprovação social. Ambos consorciam-se, freqüentemente, contra nossos anseios de crescimento. Somente com a aquisição da autonomia saberemos lidar com tais fatores educativos.


Não fomos educados para desenvolver o outro a si mesmo na busca de seus caminhos. Fomos educados para manter o outro pensando como nós, escolhendo por nossas escolhas, opinando conforme os padrões de pensamento que adotamos e agindo de conformidade com nossa avaliação de certo e errado. É o regime de possessividade e submissão nas relações. É mais confortável ser orientado, ter respostas prontas para nossas dúvidas e angústias ou pedir alguém que nos indique a escolha mais acertada. Em inúmeras ocasiões é mais cômodo se ajustar a muitos julgamentos que acreditar nos ideais pessoais e nos nossos sentimentos. Consideremos, dessa forma, quanto necessitamos investir na erradicação da acomodação em busca da solidificação da autonomia psicológica em favor da liberdade que ansiamos.


O impedimento freqüente na construção da autonomia é o medo de rejeição – umas das mais graves conseqüência da baixa auto-estima. Como seremos interpretados? Qual será o conceito que farão de nós a partir do instante em que decidirmos por um caminho afinado com o que sentimos e pensamos?


A necessidade da aprovação alheia é extremamente enraizada na vida emocional. Todas as pessoas e suas respectivas idéias a nosso respeito merecem carinho e consideração, respeito e fraternidade. Porém, conceder a outrem o direito de aprovar ou reprovar...


A palavra aprovação, entre outros sinônimos, quer dizer: ter a nossa atitude reconhecida como moralmente boa. Analisando com cuidado, a aprovação se torna um julgamento, uma forma de interpretar e definir o que deve ou não ser feito e da forma como deve ser feito.

Sigamos a intuição, aprendendo a ler as mensagens sutis da vida interior despachadas pelo sentimento, evitando desprezo ao que sentimos. Mesmo as sensações desconfortáveis à consciência nos ensinam algo. A garantia de que vamos aprender depende do trato que daremos ao nosso mundo íntimo. O respeito incondicional que devemos usar conosco. Amar-nos como merecemos ser amados.

Uma vez alfabetizados pelo coração, passaremos a fruir uma vida mais plena, felizes com nossa condição, permitindo-nos evoluir com naturalidade, sem condenações e severidade.

O Espiritismo é remédio para nossas dores e roteiro para libertação de nossas consciências. Estudá-lo, sim, entretanto, a maior idade espiritual nas atitudes somente florescerá ao renovarmos o modo de sentir a nós, ao próximo e à vida.

Informação e transformação. Do contrário, ficaremos na superfície da proposta do amor, assim como a figueira na qual Jesus procurou frutos, adornados pelas folhas da cultura e vazios dos frutos do crescimento real.

Texto tirado do livro " Escutando Sentimentos-Wanderlei S. de Oliveira.



sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

PORQUE SOFREMOS ?PORQUE MENDIGAMOS AMOR?

“O homem pode suavizar ou aumentar o amargor de suas provas, conforme o modo por que encare a vida terrena.”

O Evangelho Segundo o Espiritismo – capítulo V – item 13



Nunca a humanidade mendigou tanta atenção e afeto. Uma crise de autodesvalor, sem precedentes, assola multidões. O sentimento de indignidade é o piso emocional das feridas seculares que causam a sensação de inferioridade, abandono e falência. Não se sentindo amadas, almas sem conta não conseguem superar os dramas da rejeição e os tormentos da solidão. Optam pela falência não assumida. Uma existência sem sentido, vazia de significados, sem metas; a caminho da derrocada moral e espiritual.

Somente o tratamento lento e perseverante de tecer o manto protetor da segurança íntima, utilizando o fio do auto-amor, poderá renovar essa condição interior do ser humano.

Agrilhoado pela ilusão do menor esforço, o homem busca a ilusão como sinônimo de paz. Anseia-se pela felicidade como se tal estado de alma pudesse ser fruto da aquisição de facilidades e privilégios.

Contudo, a felicidade é uma conquista que se faz através da educação de si mesmo. Buscá-la no exterior é dar prosseguimento a uma procura recheada de decepções e dor.

Educar para ser feliz é dar sentido à existência. O homem contemporâneo padece a doença do sentido. O vazio existencial é o corrosivo de seu mundo íntimo.

Reflitamos! Como a doutrina pode nos ajudar a construir sentido para a existência? Que passos dar para estabelecer significado educativo ao nosso sofrimento?

O Doutor Viktor E. Frank foi um homem extraordinário. Viveu a dor dos campos de concentração nazistas e sobreviveu, graças à sua habilidade em gestar um sentimento para sua dor em plena provação. Criador da logoterapia, Viktor Frankl auxiliou multidões a ter uma vida mais digna e promissora. Em sua obra prima ele afirmou:

“Quando um homem descobre que seu destino lhe reservou um sofrimento, tem que ver neste sofrimento também uma tarefa sua, única e original. Mesmo diante do sofrimento, a pessoa precisa conquistar a consciência de que ela é única e exclusiva em todo o cosmo dentro desse destino sofrido. Ninguém pode dela o destino, e ninguém pode substituir a pessoa no sofrimento. Mas na maneira como ela própria suporta este sofrimento está também a possibilidade de uma realização única e singular.” (Em Busca de Sentido – página 76 – Perguntar pelo Sentido da Vida – editora Vozes)

A primeira condição para se estabelecer um sentido à vida é o exercício da singularidade. Descobrir seus próprios caminhos, lutar por seus sonhos, celebrar sua diversidade aceitando suas particularidades, participar da vida como se é, sentir o gosto de se desligar de uma vida centrada no ideal e realizar-se no real.

A vida em si mesma não tem sentido, algo que se possa definir através de padrões ou princípios filosóficos. Esse sentido é construído pelas percepções individuais sob as lentes da singularidade humana que, a partir de diretrizes gerais, capacita-se a seguir sua “rota intuitiva” na direção da perfeição.

“O homem pode suavizar ou aumentar o amargor de suas provas, conforme o modo por que encare a vida terrena.” O modo de encarar ou perceber a vida terrena é a leitura pessoal de ser no mundo.

A felicidade resulta da habilidade de consolidar esse sentido a partir do “olhar de impermanência”. O enfoque de transitoriedade e do desprendimento.

Quase sempre sentimo-nos mais seguros adotando o parecer da maioria, um sentimento natural até certa etapa da jornada de crescimento. Chegará, porém, o instante em que a vida convidar-nos-á ao processo inevitável das descobertas singulares. Isto não significa estar alheio à convivência, ao processo de interação grupal. É apenas ter mais consciência do que convém ou não ao desenvolvimento individual na interação social.

Nas nossas frentes de serviços doutrinários somos convocados a urgente auto-avaliação nesse tema para erguimento da felicidade pessoal. Com um movimento acentuadamente dirigido para a “coletivização”,a uniformidade de conceitos e práticas escasseia o estímulo ou a aceitação para a diversidade. Nesse contexto, freqüentemente, idéias criativas e condutas diferentes são acolhidas com desdém, esfriam relações e ensejam a indiferença. São tachadas de personalismo e vaidade. Mais uma razão para tecer o auto-amor e investigar a forma pessoal de caminhar.

Personalismo ou singularidade? Individualismo ou individuação? Em quais experiências nos enquadramos?

Sem medo do individualismo, que é muito diferente da individuação, é imperioso aprendermos a investigar o coração em busca do “mapa singular” do Pai à nossa jornada de aprimoramento. Quem se ama vive a maravilhosa experiência de sentir brotar em sua alma, espontaneamente, uma cumplicidade poderosa com a vida, o próximo e a Obra Divina. Quanto mais amor a quem somos, mais amamos a vida. O sentimento da existência está no ato de percebermos o que significamos na Obra Paternal.

O segundo ponto essencial na construção do sentido é desenvolver a habilidade de superar o sofrimento. O prazer de viver surge quando, efetivamente entendemos as razões de nossas dores e como superá-las. Sofrer e não saber o que fazer para sair dessa “roda de dores”: nisso consiste o carma, a “roda da vida”. Possuir valores e não saber como utilizá-los para o bem: nisso reside o carma sutil da nobreza das intenções em conflito com a conduta que adotamos.

Quando desenvolvemos a arte de abrir o cadeado de nossas mazelas, soltamo-nos para novas vivências. Desprendemos das velhas amarras mentais, os complexos afetivos, dos condicionamentos. Quando aprendemos a lidar com nossos valores, a vida se plenifica.

A dor existe para incitar a inteligência na descoberta de soluções em nós mesmos. A grande lição nesse passo é descobrir as causas das aflições. O sentido da existência não está fora, mas dentro de nós. Podemos compartilhá-lo com o outro, entretanto, ele não depende do outro.

Como temos dificuldade em assumir a nossa fragilidade! Quanta dificuldade demonstramos para admitir nossa falibilidade! Sentimo-nos pequenos, incompetentes ao nos deparar com as batalhas não vencidas ou com as imperfeições não superadas, agravando ainda mais as provações. “O homem pode suavizar ou aumentar o amargor de suas provas, (...)”

Fénelon Assinala: “Que de tormentos, ao contrário, se poupa aquele que sabe contentar-se com o que tem, que nota sem inveja o que não possui, que não procura parecer mais do que é.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo – capítulo V – item 23)

Ser feliz é contentar-se com o que se é sem que isso signifique estacionar. É o amor a si. A frase de Fénelon é uma autêntica proposta de paz interior. Contente, sem inveja e feliz com o que se é. Quem pode querer mais?

Texto tirado do livro -"Escutando -Sentimentos- Wanderley S.de Oliveira

ANO NOVO..DEIXEMOS A NOSSA CRIANÇA INTERIOR DESPERTAR

Neste ano que se inicia tomemos a decisão de despertar a “ criança interior “ que existe em nós.Esta criança é de uma pureza natural , mas por causa do nosso egoismo a soterramos sob os escombros dos nossos desatinos morais.


O Nosso Mestre Jesus disse:” Digo-vos, em verdade, que, se não vos converterdes e tornardes quais crianças, não entrareis no reino dos céus.” -O Evangelho Segundo o Espiritismo – capítulo VII – item 3.

Portanto deixemos renascer a criança que deixamos no tempo....escutemos seus sentimentos.

Quando se é criança não nutrimos, nas relações que temos, expectativas na convivencia,desobrigando-se das cobranças, ofensas,insatisfação,aborrecimentos,que nós adultos temos o tempo inteiro.Devemos nos aceitar como somos, sem criticas impiedosas,sem condenações estereis , pois isso é a base de uma vida saudavel.

Fernando Pessoa em seu poema “A criança que fui chora na estrada”, nos mostra o quanto nos perdemos no meio do caminho por termos soterrado a criança que existe dentro de nós....


“A criança que fui chora na estrada.
Deixei-a ali quando vim ser quem sou;
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou.”

Vai diz a tua criança interior “Olá, minha criança! Vim buscar quem fui, onde ficou. Que bom te reencontrar, pois sei que um dia deixei-te na estrada para ser quem sou. Voltei agora para te buscar. Perdoe-me por te abandonar. Enquanto choravas, eu dormia o sono das conquistas passageiras. Agora estou desperto, vim te buscar.Não te assustes comigo. Eu não te deixei porque desejava. Não soube como fazer. Agora retorno a te buscar. Te aceito como és, incondicionalmente. Tu não és má porque tem imperfeições. Tu apenas tens imperfeições. Depois de tanto tempo, descobri que não sou capaz de viver sem teu poder.Quero brincar, pular e ser feliz. Vem ajudar me com tua bondade. Ajuda-me com tua criatividade e espontaneidade.Ah! Minha criança de luz, como te amo! Como quero te amar! Que vontade de sentir a tua espontaneidade, tua riqueza.”(texto do livro Escutando –Sentimentos-Wanderley S.de Oliveira).

Veja como tudo nos é possivel.Despertemos a nossa criança.Deixemos ela sair,para ela ver a beleza do mundo , como somente uma criança o vê.Deixai-a sem amarras.Deixai a pureza dela te cativar novamente.Somente assim acharás novamente o que tanto buscas ........O REINO DOS CEUS, a sua paz interior.

UM FELIZ ANO NOVO……………..UMA FELIZ PESSOA NOVA………….