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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

PORQUE NÃO RESISTIMOS AS TENTAÇÕES

Lendo alguns livros espiritas, especialmente aqueles que nos falam sobre a reforma intima me detive em uma frase dita pelo apostolo `Paulo de Tarso que retrata muito bem o tema acima.


Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.” Paulo de Tarso – Romanos, 7:19.

Muitos de nós tentamos parar de fumar, de beber, fechar a boca para emagrecer,ter pensamentos improprios ou lasivos em demasia, etc, mas o conseguimos por um periodo curto de tempo, pois logo nos deixamos vencer pela nossa vontade e acabamos fazendo tudo novamente , e muitas vezes com uma intensidade muitas vezes maior do que antes. Ai me pergunto : Porque não conseguimos cumprir com as determinações a que nos propusemos? Porque nos deixamos ser tomados por uma vontade de retornarmos a aquilo que esta nós prejudicando?.Por que ainda não nos achamos preparados para enfrentarmos cara a cara o nosso proprio “Eu “ interior.Porque nos achamos fracos.Porque não nos gostamos como deveriamos.

Posso falar ´por mim mesmo.Fumei durante mais de trinta anos e por diversas vezes tentei parar mas não conseguia ficar muito tempo sem o vicio.O maior tempo que fiquei sem fumar foi por nove meses, mas bastou um deslize de minha parte para voltar a fumar.Hoje, já estou a quase dois anos sem colocar um cigarro se quer na boca ,pois fortaleci a minha força de vontade além do que não me deixo levar mais pelas influenciações ,pois comecei a gostar mais de mim.Estou em processo de aprendizado. Estou procurando me conhecer um pouco mais, para continuar a me fortalecer e vencer outras deficiencias que tenho.Mas tudo tem o seu tempo certo para acontecer.Por isso temos que nos preparar.Temos que continuar tentando.

Uma observação que li é que não damos o devido valor as pequenas conquistas que conseguimos e por conseguinte permitimo-nos a expansão dos sentimentos de impotencia e de menosprezo aos esforços ja aplicados por nós mesmos.Devemos sempre nos questionar “O que estou fazendo para a minha melhora?.Termos noção claras sobre as nossas conquistas interiores, mesmo que poucas expressivas, é motivo de muita alegria e de motivação mental para darmos prosseguimento as nossas tentativas de fazermos o que é realmente correto .

A única certeza que temos de que estamos fazendo algo a nosso favor, em nos conhecermos a fundo ,é a continuidade que damos aos nossos projetos de reforma interior.Os obstaculos que aparecerão a nossa frente serão muitos e não devemos esperar por facilidades,mas sim termos a coragem e o otimismo necessário para vencermos os desafios que aparecerão. “

“Nossas conquistas não podem ser edificadas na calmaria. Nossas virtudes não florescerão sem os golpes da dor que dilacera arestas e poda os espinhos da imperfeição.”-do livro Reforma Intima sem martirio-Wanderlei S. de Oliveira.



quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

QUE SENTIMOS SOBRE NÓS?

“Quando saíam de Betânia, ele teve fome; e, vendo ao longe uma figueira, para ela encaminhou-se, a ver se acharia alguma coisa; tendo-se, porém, aproximado, só achou folhas, visto não ser tempo de figos.”-O Evangelho Segundo o Espiritismo – capítulo XIX – item 8


Os sentimentos que mais necessitamos compreender para a nossa harmonia são aqueles que dizem respeito a nós próprios.


Que sentimos sobre nós? Qual a relação afetiva que temos conosco? Como temos tratado a nós mesmos? A partir de uma viagem nesse desconhecido íntimo, faremos descobertas fascinantes e primordiais para uma integração harmoniosa com a Lei Divina e o próximo. A partir da harmonia que podemos criar com nossa “vida profunda”, essa busca de si mesmo terá como prêmio o encontro com o “eu verdadeiro”, aquilo que realmente somos – a singularidade.


Como começar essa viagem de auto-encontro em favor da consolidação de uma relação pacífica e amorosa conosco? Como trabalhar a aplicação do auto-amor? Façamos, inicialmente, algumas indagações.


Que fatores íntimos determinam a nossa dependência de situações e pessoas? Que causas emocionais ou psicológicas podem afastar-nos do desejo de sermos criativos e espontâneos? O que nos impede de avançar em direção aos nossos íntimos de realização e felicidade? Por que ainda não temos conseguido progresso na construção de valores pessoais em sintonia com os propósitos iluminados da Doutrina Espírita? O que realmente queremos da vida?


O primeiro ato educativo na construção do valor pessoal é diluir a ilusão da inferioridade. Buscar as raízes do desamor que usamos conosco. O Criador nos ama como estamos. Temos um nobre significado para Deus. Somente nós, por enquanto, ainda não descobrimos o valor que possuímos. Inegavelmente, poucos de nós apresentamos bom aproveitamento nas oportunidades corporais pretéritas, no entanto, o destaque acentuado aos deslizes e quedas nas vidas sucessivas somente agrava o estado íntimo de amargura da alma. Renascemos com novo corpo para esquecer e olhar para frente. As indagações que devemos assinalar nesta etapa são: Por que não me sinto digno? Quais são minhas reais intenções? Que lições tenho a aprender quando me sinto inferior? Por que determinada atitude ou acontecimento me faz sentir inferior?


Outro aspecto na valorização pessoal a considerar são os julgamentos que aplicam a nós. O que importa é o que faremos diante deles. Como reagiremos? Podemos nos culpar ou adotar o cuidado de refletir sobre o valor que tenham para nós. Quando não cultuamos o auto-amor, os julgamentos alheios constituem espessas algemas das mais nobres aspirações. Em quaisquer situações o amor é nossa couraça pessoal. Quem se ama sabe se defender sem fugas e ter respostas emocionais inteligentes e serenas aos estímulos do meio. Não crescemos sem conviver; isso não significa que devamos permitir a outrem ultrapassar os limites em relação à nossa intimidade. Somente nós próprios podemos penetrar com sabedoria e naturalidade a subjetividade de nosso ser.


Portanto, temos um processo interior – o sentimento de inferioridade – e uma força externa – os julgamentos, a aprovação social. Ambos consorciam-se, freqüentemente, contra nossos anseios de crescimento. Somente com a aquisição da autonomia saberemos lidar com tais fatores educativos.


Não fomos educados para desenvolver o outro a si mesmo na busca de seus caminhos. Fomos educados para manter o outro pensando como nós, escolhendo por nossas escolhas, opinando conforme os padrões de pensamento que adotamos e agindo de conformidade com nossa avaliação de certo e errado. É o regime de possessividade e submissão nas relações. É mais confortável ser orientado, ter respostas prontas para nossas dúvidas e angústias ou pedir alguém que nos indique a escolha mais acertada. Em inúmeras ocasiões é mais cômodo se ajustar a muitos julgamentos que acreditar nos ideais pessoais e nos nossos sentimentos. Consideremos, dessa forma, quanto necessitamos investir na erradicação da acomodação em busca da solidificação da autonomia psicológica em favor da liberdade que ansiamos.


O impedimento freqüente na construção da autonomia é o medo de rejeição – umas das mais graves conseqüência da baixa auto-estima. Como seremos interpretados? Qual será o conceito que farão de nós a partir do instante em que decidirmos por um caminho afinado com o que sentimos e pensamos?


A necessidade da aprovação alheia é extremamente enraizada na vida emocional. Todas as pessoas e suas respectivas idéias a nosso respeito merecem carinho e consideração, respeito e fraternidade. Porém, conceder a outrem o direito de aprovar ou reprovar...


A palavra aprovação, entre outros sinônimos, quer dizer: ter a nossa atitude reconhecida como moralmente boa. Analisando com cuidado, a aprovação se torna um julgamento, uma forma de interpretar e definir o que deve ou não ser feito e da forma como deve ser feito.

Sigamos a intuição, aprendendo a ler as mensagens sutis da vida interior despachadas pelo sentimento, evitando desprezo ao que sentimos. Mesmo as sensações desconfortáveis à consciência nos ensinam algo. A garantia de que vamos aprender depende do trato que daremos ao nosso mundo íntimo. O respeito incondicional que devemos usar conosco. Amar-nos como merecemos ser amados.

Uma vez alfabetizados pelo coração, passaremos a fruir uma vida mais plena, felizes com nossa condição, permitindo-nos evoluir com naturalidade, sem condenações e severidade.

O Espiritismo é remédio para nossas dores e roteiro para libertação de nossas consciências. Estudá-lo, sim, entretanto, a maior idade espiritual nas atitudes somente florescerá ao renovarmos o modo de sentir a nós, ao próximo e à vida.

Informação e transformação. Do contrário, ficaremos na superfície da proposta do amor, assim como a figueira na qual Jesus procurou frutos, adornados pelas folhas da cultura e vazios dos frutos do crescimento real.

Texto tirado do livro " Escutando Sentimentos-Wanderlei S. de Oliveira.



sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

PORQUE SOFREMOS ?PORQUE MENDIGAMOS AMOR?

“O homem pode suavizar ou aumentar o amargor de suas provas, conforme o modo por que encare a vida terrena.”

O Evangelho Segundo o Espiritismo – capítulo V – item 13



Nunca a humanidade mendigou tanta atenção e afeto. Uma crise de autodesvalor, sem precedentes, assola multidões. O sentimento de indignidade é o piso emocional das feridas seculares que causam a sensação de inferioridade, abandono e falência. Não se sentindo amadas, almas sem conta não conseguem superar os dramas da rejeição e os tormentos da solidão. Optam pela falência não assumida. Uma existência sem sentido, vazia de significados, sem metas; a caminho da derrocada moral e espiritual.

Somente o tratamento lento e perseverante de tecer o manto protetor da segurança íntima, utilizando o fio do auto-amor, poderá renovar essa condição interior do ser humano.

Agrilhoado pela ilusão do menor esforço, o homem busca a ilusão como sinônimo de paz. Anseia-se pela felicidade como se tal estado de alma pudesse ser fruto da aquisição de facilidades e privilégios.

Contudo, a felicidade é uma conquista que se faz através da educação de si mesmo. Buscá-la no exterior é dar prosseguimento a uma procura recheada de decepções e dor.

Educar para ser feliz é dar sentido à existência. O homem contemporâneo padece a doença do sentido. O vazio existencial é o corrosivo de seu mundo íntimo.

Reflitamos! Como a doutrina pode nos ajudar a construir sentido para a existência? Que passos dar para estabelecer significado educativo ao nosso sofrimento?

O Doutor Viktor E. Frank foi um homem extraordinário. Viveu a dor dos campos de concentração nazistas e sobreviveu, graças à sua habilidade em gestar um sentimento para sua dor em plena provação. Criador da logoterapia, Viktor Frankl auxiliou multidões a ter uma vida mais digna e promissora. Em sua obra prima ele afirmou:

“Quando um homem descobre que seu destino lhe reservou um sofrimento, tem que ver neste sofrimento também uma tarefa sua, única e original. Mesmo diante do sofrimento, a pessoa precisa conquistar a consciência de que ela é única e exclusiva em todo o cosmo dentro desse destino sofrido. Ninguém pode dela o destino, e ninguém pode substituir a pessoa no sofrimento. Mas na maneira como ela própria suporta este sofrimento está também a possibilidade de uma realização única e singular.” (Em Busca de Sentido – página 76 – Perguntar pelo Sentido da Vida – editora Vozes)

A primeira condição para se estabelecer um sentido à vida é o exercício da singularidade. Descobrir seus próprios caminhos, lutar por seus sonhos, celebrar sua diversidade aceitando suas particularidades, participar da vida como se é, sentir o gosto de se desligar de uma vida centrada no ideal e realizar-se no real.

A vida em si mesma não tem sentido, algo que se possa definir através de padrões ou princípios filosóficos. Esse sentido é construído pelas percepções individuais sob as lentes da singularidade humana que, a partir de diretrizes gerais, capacita-se a seguir sua “rota intuitiva” na direção da perfeição.

“O homem pode suavizar ou aumentar o amargor de suas provas, conforme o modo por que encare a vida terrena.” O modo de encarar ou perceber a vida terrena é a leitura pessoal de ser no mundo.

A felicidade resulta da habilidade de consolidar esse sentido a partir do “olhar de impermanência”. O enfoque de transitoriedade e do desprendimento.

Quase sempre sentimo-nos mais seguros adotando o parecer da maioria, um sentimento natural até certa etapa da jornada de crescimento. Chegará, porém, o instante em que a vida convidar-nos-á ao processo inevitável das descobertas singulares. Isto não significa estar alheio à convivência, ao processo de interação grupal. É apenas ter mais consciência do que convém ou não ao desenvolvimento individual na interação social.

Nas nossas frentes de serviços doutrinários somos convocados a urgente auto-avaliação nesse tema para erguimento da felicidade pessoal. Com um movimento acentuadamente dirigido para a “coletivização”,a uniformidade de conceitos e práticas escasseia o estímulo ou a aceitação para a diversidade. Nesse contexto, freqüentemente, idéias criativas e condutas diferentes são acolhidas com desdém, esfriam relações e ensejam a indiferença. São tachadas de personalismo e vaidade. Mais uma razão para tecer o auto-amor e investigar a forma pessoal de caminhar.

Personalismo ou singularidade? Individualismo ou individuação? Em quais experiências nos enquadramos?

Sem medo do individualismo, que é muito diferente da individuação, é imperioso aprendermos a investigar o coração em busca do “mapa singular” do Pai à nossa jornada de aprimoramento. Quem se ama vive a maravilhosa experiência de sentir brotar em sua alma, espontaneamente, uma cumplicidade poderosa com a vida, o próximo e a Obra Divina. Quanto mais amor a quem somos, mais amamos a vida. O sentimento da existência está no ato de percebermos o que significamos na Obra Paternal.

O segundo ponto essencial na construção do sentido é desenvolver a habilidade de superar o sofrimento. O prazer de viver surge quando, efetivamente entendemos as razões de nossas dores e como superá-las. Sofrer e não saber o que fazer para sair dessa “roda de dores”: nisso consiste o carma, a “roda da vida”. Possuir valores e não saber como utilizá-los para o bem: nisso reside o carma sutil da nobreza das intenções em conflito com a conduta que adotamos.

Quando desenvolvemos a arte de abrir o cadeado de nossas mazelas, soltamo-nos para novas vivências. Desprendemos das velhas amarras mentais, os complexos afetivos, dos condicionamentos. Quando aprendemos a lidar com nossos valores, a vida se plenifica.

A dor existe para incitar a inteligência na descoberta de soluções em nós mesmos. A grande lição nesse passo é descobrir as causas das aflições. O sentido da existência não está fora, mas dentro de nós. Podemos compartilhá-lo com o outro, entretanto, ele não depende do outro.

Como temos dificuldade em assumir a nossa fragilidade! Quanta dificuldade demonstramos para admitir nossa falibilidade! Sentimo-nos pequenos, incompetentes ao nos deparar com as batalhas não vencidas ou com as imperfeições não superadas, agravando ainda mais as provações. “O homem pode suavizar ou aumentar o amargor de suas provas, (...)”

Fénelon Assinala: “Que de tormentos, ao contrário, se poupa aquele que sabe contentar-se com o que tem, que nota sem inveja o que não possui, que não procura parecer mais do que é.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo – capítulo V – item 23)

Ser feliz é contentar-se com o que se é sem que isso signifique estacionar. É o amor a si. A frase de Fénelon é uma autêntica proposta de paz interior. Contente, sem inveja e feliz com o que se é. Quem pode querer mais?

Texto tirado do livro -"Escutando -Sentimentos- Wanderley S.de Oliveira