Porque os
relacionamentos entre os casais acabam de uma maneira em que
todos sofrem?
.A resposta é simples! Lendo o livro “Despedindo-se da Terra “ de André Ruiz, encontrei uma explicação muita simples
e que deve ser refletida por
todos.Refletida pois, a maioria de nossos relacionamentos se baseiam em atender o nosso Orgulho, o nosso Egoismo e as nossas
Vaidades.
Neste livro uma
das personagens tenta simular uma situação que ela mesma criou, falando
a respeito da sua situação conjugal, e veja
o que ela escutou :
“Glaucia fala
para Marisa:
“Confie em você
mesma e não se deixe levar por fantasmas ou suspeitas que podem não ser
verdadeiras. Além do mais, há períodos na vida das pessoas durante os quais os
interesses físicos se tornam menos ativos, sem que isso corresponda a uma
diminuição do afeto. Seja você aquela que se mantém como amiga de quem você ama, conversando sobre as coisas normais da
vida, não o intimidando com interrogatórios ou suspeitas, fazendo-o se sentir
querido nestes momentos difíceis para que, se ele estiver realmente envolvido
com alguém ou com o desejo de se envolver, o seu modo de proceder mais ameno,
agradável, suave, possa atuar a seu próprio benefício, fazendo-o se sentir
seguro ao seu lado e sem nada que o empurre para o passo errado nem, o estimule
a uma conduta da qual ele sabe que pode se arrepender.
Sempre que as
mulheres se colocam a disputar o mesmo homem, aquelas que são mais novas na
relação levam, inicialmente, uma grande vantagem porque produzem estímulos
diferentes na psique masculina. No entanto, os homens que se acham comprometidos
com um relacionamento anterior se sentem inseguros em modificarem sua situação,
colocando em risco a segurança do que já conhecem, quando a antiga companheira
se mostre segura de seu carinho, amiga e compreensiva com as fraquezas do
outro, sem fazer pressão ou criar situações de desgaste. Aí está a grande
vantagem do relacionamento antigo diante daquele que parece novidade.Se vocês
tinham um bom entendimento físico antes, se você continua sendo uma pessoa
atraente, se nada mudou na estrutura material da vida a dois, a se considerar
que elea possa estar realmente tendo um envolvimento externo, esteja certa de
que, a euforia da novidade acaba perdendo para a segurança da união já
estabelecida,principalmente se a antiga companheira sabe entender esse momento
difícil pelo qual ele possa estar passando e, ao invés de vê-lo como seu homem,
entenda-o como seu filho,em um processo de crise afetiva.
Mas Marisa questiona :
- Mas essa é a
teoria da “Amélia”. Aguenta tudo calada e se faz de morta para não perder o
marido...
Glaucia
responde:
Algumas pessoas interpretam as coisas por esse
lado, mas eu acho que, de uma forma ou de outra, todos nós precisamos aprender
a ter certa dose de tolerância com os nossos próprios equívocos. E, como não
somos infalíveis, também admiramos a paciência que outras pessoas possam ter a
respeito de nossos erros, dando-nos oportunidades de nos corrigirmos e
retomarmos o caminho correto.
A expressão “Amélia”,
não pode ser a vulgarização da inércia amedrontada perante a solidão. Pode
significar a mulher sem vontade própria, capacho do companheiro, afetivamente
dependente dele para tudo. Não é isso, no entanto, o que estou dizendo.
É uma postura ativa, corajosa, de iniciativa
no bem, sobretudo como forma de auxiliar o companheiro a vencer a dificuldade
que esteja enfrentando. É não hostilizá-lo no momento da dificuldade ou da
dúvida e, ao contrário, procurar deixar caminhos abertos para o entendimento
sincero, mesmo que isso possa significar a atitude madura de deixá-lo livre
para viver a aventura que esteja desejando viver.
Poucos homens
resistem a uma postura sábia da antiga companheira que, longe de temer perdê-lo
para uma mais jovenzinha, coloca as coisas neste ponto, dando-lhe liberdade
para assumir o novo relacionamento a fim de que, se isso o faz feliz, ele se permita
buscar a tão sonhada felicidade.
A mulher que se
posiciona com tal decência, que não se esconde atrás do silêncio das portas
para chorar suas mágoas e, depois, fingir que tudo está bem como sempre esteve,
demonstra ao seu companheiro uma tal capacidade de administrar-se e uma tal força,
que isso causa um impacto positivo na estrutura do homem, sempre esperando uma
mulher chorosa, tempestuosa, ameaçadora, escandalosa ou quase suicida.
Todas as vezes
que as mulheres se permitem esse comportamento desesperado,demonstram que não
valem os esforços dos seus companheiros para manterem o relacionamento que
tinham com elas. Afiguram-se a crianças mimadas, chorosas,chantagistas, que
desejam valer-se de truques e sortilégios para manter seus homens.
Isso as diminui
diante dos olhares masculinos, que passam a ter certeza de que elas são mais um
estorvo ou uma pedra no sapato, do que uma mulher forte e segura que eles admiram.
Essa força e
segurança, geralmente, é característica da amante ou da pretendente que, com
seu discurso compreensivo, deixa o homem à vontade para decidir o momento certo
em que vai romper o relacionamento antigo para ficar com a novidade.
E, assim, a
esposa acaba empurrando o marido inseguro e criança para os braços da outra
que, no fundo, não é em nada diferente dela própria. Só está sabendo jogar com as
armas que possui, usando sensualidade e astúcia para semear no objeto de sua conquista
os valores que a esposa já devia ter semeado desde já muito tempo.
Todas as vezes
que a esposa recusa essa figura da “Amélia” tradicional, e passa a atuar como
alguém que tem segurança em si mesma, que não se deixa iludir por fingimentos,
que conversa com franqueza e deixa o companheiro perceber que ela está interessada
na sua verdadeira felicidade, ainda que seja com outra pessoa, isso causa,como
já disse, um forte impacto no Espírito masculino que, em momento algum está esperando
tal reação por parte dela. E, mais do que isso, o homem razoavelmente esclarecido
saberá que poucas mulheres terão tal autoconfiança que lhes permita agir dessa
forma, o que se transforma em um ponto favorável na avaliação do cenário por parte
dele, a fim de que as dúvidas e incertezas produzidas pela expectativa da
aventura nova se dissipem ao Sol forte e firme da conduta da antiga
companheira, capacitada para obter dele a avaliação justa a respeito de suas
virtudes e valores.
Se o marido
resolve, mesmo assim, viver a aventura, poderá fazê-lo às claras, não mais na
clandestinidade que, por si só, traz consigo um ingrediente estimulante e atraente.
Quando o que era proibido e sigiloso passa a ser permitido e público, tudo perde
um pouco a emoção e o relacionamento espúrio passa a ser um outro relacionamento
normal, sujeito aos mesmos problemas de um casamento tradicional.
Já não há
inimigos a vencer, coisas a esconder, cumplicidade a ser mantida no clima da
batalha secreta que une ambos contra o inimigo comum: a esposa enganada.
Como a esposa já
se posicionou liberando o marido para que siga seu caminho,tanto ele quanto a
nova companhia estarão presos, agora, um ao outro, tendo que administrar os
mesmos problemas que o casal que se desfaz, provavelmente, já tinha equacionado
há muito tempo no relacionamento antigo.
Agora, se o
homem estava apenas envolvido pela emoção nova produzida pela ardente
experiência, a postura adulta de sua esposa produzirá nele um choque de tal natureza
que será capaz de reconduzi-lo à consciência de si próprio, lembrando-lhe que será
muito difícil que a amante possua a nobreza que a própria esposa está
demonstrando ao lhe permitir, sem escândalos, viver a aventura da maneira como
lhe pareça boa.
Nenhum homem é
capaz de trocar uma mulher segura e amiga incondicional por uma aventura
arrojada que pode se revelar um grande problema logo mais adiante.Mesmo quando
a sexualidade interfira na opção inicial, fazendo com que alguns homens
imaturos busquem aventuras com “corpos femininos” para saciarem suas dependências
psicológicas, ao se depararem com as “almas femininas”, exigentes,caprichosas,
ciumentas, mesquinhas, escondidas dentro dos corpos torneados; esses mesmos
homens começam a observar que, em geral, essas “novidades” acabam muito piores
do que as antigas companheiras, que os deixaram livres para que quebrassem a cara
nas aventuras físicas.
Marisa pergunta:
Essa é uma
teoria muito bonita, mas alguma mulher a
segue?
Glaucia continua :
No fundo, todas
fazemos as mesmas coisas sempre, buscando demolir o traidor com a volúpia de um
trator, para vê-lo despedaçado. Não é isso que acontece?
Acho que é essa
a escolha que a maioria tem adotado porque não tem segurança no próprio afeto
que diz nutrir pelo companheiro.
Quando a pessoa
ama de verdade, sua preocupação com a felicidade do outro vem em primeiro lugar
e isso inclui, inclusive, essa capacidade de renunciar para que o outro ou a
outra possa procurar a sua felicidade pessoal. Preferimos, nos transformar em
gaiolas douradas, cheias de riquezas ou tesouros, mas que se mantenham fechadas
ao redor daqueles a quem nos devotamos. Cada uma das barras desta jaula nós a
construímos com um dos serviços que lhes prestamos. Assim, transformamos nossas
concessões sexuais em algumas partes da jaula. Convertemos a roupa que lavamos,
a comida que cozinhamos, os filhos que criamos em outras tantas barras dessa gaiola.
Usamos o
dinheiro que ganhamos, as dívidas que fazemos, os ciúmes que demonstramos, os
trejeitos físicos como outras fontes de aprisionamento, mas, em momento algum,
aceitamos que os nossos companheiros ou companheiras devem ser livres para voar
para onde quiserem. Enquanto não formos assim, jamais teremos certeza de que
estão conosco por aquilo que representamos em suas vidas e não porque estão suficientemente
amarrados a nós, sem poderem escolher ou sem terem coragem de
arriscar coisa
diferente.
Quando alguém
não é livre para partir, a sua permanência não indica alegria por estar do
nosso lado.
Somente quando
as portas da gaiola estão abertas é que podemos admirar a fidelidade daquele
que está ao nosso lado, que mesmo podendo partir, continua ali por nos amar e
por nos querer verdadeiramente.
É por falta
desse sentimento real que a maioria das mulheres se permite essa estratégia de
agir para amarrar com suas teias pegajosas, nas disputas umas com as outras,
aqueles que consideram o seu patrimônio e sobre o qual devem exercer uma vigilância
canina e cruel.
De qualquer
forma, poucas delas conseguem desfrutar de uma felicidade real ao lado da
pessoa que dizem amar.
Prender alguém,
por mais dourados que sejam os laços ou as correntes, não deixa de ser uma
prova de desamor.
E ainda que
conseguíssemos passar por cima do companheiro e sua nova companhia, destruindo
a felicidade de ambos, arrasando-os para sempre, isso não nos faria felizes por
recuperar o ser amado de nosso coração.
Seria apenas, como
tem sido sempre, a expressão de nossa animalidade que não suporta perder uma
disputa.
Isso tudo é
fruto do nosso orgulho e não do amor que dizíamos ter por aquele ou aquela que
nos trocou por outra companhia.
Diga sempre , a
que, você ama, que tem tanto amor por ele que, se acontecer de encontrar alguém
que a faça mais feliz do que eu o esteja fazendo, está autorizado a me deixar e
seguir com essa pessoa para construir sua felicidade ao lado dela.
Quem
verdadeiramente ama , fala sempre e não em tom de ameaça. Fale, antes de tudo,
como uma amiga que quer a sua felicidade verdadeira e que será mais feliz em
vê-lo bem com outra do que vê-lo triste na minha companhia. Não suportaria uma
vida ao lado de alguém que tivesse que me abraçar, me acariciar, de maneira
forçada ou artificial.”
Hoje estudando o espiritismo , através do Livro dos Espíritos, do Evangelho Segundo
o Espiritismo e estar absorvendo todos esses ensinamentos, vejo que tudo isso tem um sentido maior.Que enquanto
não nos despojarmos de nosso orgulho, de
nosso sentimento de posse, de nossas
vaidades ,sempre estaremos agindo
contra o verdadeiro AMOR que o nosso Mestre JESUS nos
ensina.
Por isso reflitam,
analisem e coloquem em suas vidas essas lições
que servem tanto para o homem quanto
para as mulheres, em qualquer relacionamento que tenham.