Tem dias que nos sentimos
sobrecarregados, exaustos e com uma tristeza imensa que chega a doer no peito.
Necessitamos chorar para colocarmos para fora todo esse peso, mas nos deparamos
com pessoas que não percebem que precisamos desses momentos. Momentos para
ficarmos sozinhos, para chorarmos tudo o que podemos e devemos, elas acabam nos
cobrando para que paremos de chorar nos dizendo: “Não chora, está tudo bem!
Tudo irá passar.!”
Pois é como se expressássemos a
dor fosse algo ruim e que tivéssemos que acabar logo com o processo.
Se estamos nos sentindo
exaustos, cansados e emocionalmente destruídos, precisamos entender que o choro
não é demonstração de fraqueza, cansaço não é demonstração de fragilidade e
desistência não são demonstrações de covardia. Todos nós temos o direito de
sofrer em paz, chorar o quanto quisermos e de desistirmos do que julgamos
necessário.
Quando nos recolhemos e
entramos em meditação, levamos algum tempo para nos harmonizamos conosco mesmo,
pois somente nós sabemos o que carregamos em nosso coração.
Não podemos e não devemos
passar por cima dos nossos sentimentos para provarmos nada a ninguém, devemos
confiar no Amor incondicional do Universo e na nossa sabedoria interior. Tenha
certeza que deque a nossa luz voltará
sempre a brilhar. Mas se precisar de ajuda busque-a, é nosso direito divino
recebermos ajuda. Não carregue sobre seus ombros maior peso do que eles podem
aguentar.
Tem uma estória que se encaixa
muito bem nesse tema que estamos conversando:
MEU PESCOÇO DOI MUITO..
Relatei a uma amiga uma
situação que estava passando e como me ajudaram a resolve-la:
Eu estava me sentido muito
incomodada, pois me doía tudo, o pescoço, os ombros, o corpo todo, era uma dor
que não melhora com nenhum remédio.
Parei de usar roupas justas,
troquei de cadeira, comprei cinta ortopédica, fiz ioga, pilates, fui a
quiropráticos e médicos de todos os tipos, mas a dor continuava. Era um peso,
um fardo, um desconforto que nem me deixava dormir mais. As vezes era até
difícil para eu respirar...
Em uma dessas minhas idas e
vindas a médicos, ginasticas, acabei indo a um lugar que me indicaram e lá
encontrei uma mulher velha e sábia, a qual conversei sobre tudo o que estava
sentindo, ela me ouviu atentamente e ao final me disse que era porque eu
carregava muita coisa que não eram minhas, há muito tempo..
-A amiga perguntou: Como ela
soube disso?
- Só dela olhar para mim e ver
a minha postura, ela percebeu que a minha
coluna todo o meu corpo encontrava-se
tenso e comprimido, e, também, só por sentir minha pele nua com o toque de suas
velhas e gastas mãos, ela sabia...
- E o que ela te disse?
- Ela disse... Você carregou
tantas pressões ao longo dos anos, tanta dor, mágoa e ressentimento que perdeu
a conta, carrega o peso do seu próprio mundo e dos outros...
E então, exalei todo o folego
que vinha prendendo por mais de duas décadas...
Esta senhora colocou minhas
mãos sob as dela, e me fez abaixar minhas mãos, soltar meus ombros, levantar
meu queixo e ficou atrás de mim. Seus lábios roçaram minha orelha e ela me
disse suavemente:
-Nem tudo é culpa sua, filha!
-Nem tudo é sua
responsabilidade!
-Você não pode consertar tudo!
-Você não tem que aceitar
tudo!
Após ouvir estas palavras e
sentindo as boas vibrações que ela emanava sobre mim, meus olhos começaram a
derramar lágrimas grossas, como vidro quebrado, houve um momento em que pensei
que fosse chorar sangue, de tanta dor que eu estava sentindo...
Aos poucos meus ombros
voltaram ao seu lugar, meu pescoço ficou macio e se ergueu novamente, minhas
costas se endireitaram como não acontecia há anos e ouvi meus ossos emitirem um
estalo...
O peso do mundo havia descido
dos meus ombros, o peso da dor do passado finalmente havia caído no chão...
- Ela te disse mais alguma
coisa?
Seus olhos de lobo olharam
para mim com expectativa e então ela disse:
“há dores que se carregam no
coração e aquelas outras que não tem como removê-las facilmente; aprenda a se
livrar do passado ou você vai acabar se afogando no futuro... e também, entenda
que a falta de perdão não dói mais do que aquele que não pode perdoar.”
Texto baseado no texto de
Daniela Avancini e de um autor desconhecido
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