quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Os padrões familiares que se repetem - O tempo cura tudo?

 


Você já observou os padrões que se repetem na sua família?

Uma família é mais do que uma arvore genealógica. As famílias compartilham histórias, padrões físicos, mentais, emocionais e espirituais que são transmitidos de geração em geração de muitas formas. São registros celulares que deixam um impacto em nossos genes e reverbera no nosso modo de ser, formando a Egrégora Familiar, responsável pelas diversas repetições de crenças, situações e valores - o carma familiar. Se você observar a sua família de uma forma ampla vai perceber esses padrões. Existem muitos padrões limitantes que nos prendem como a falta de prosperidade, falta de amor, dificuldades nos relacionamentos e até mesmo doenças genéticas. Quando damos conta, nos vemos repetindo ações dos nossos pais, avós, vivendo as mesmas experiencias dos nossos bisavôs, e por aí em diante.

É por isso que quase sem perceber você repete a baixo autoestima dos seus antepassados, repete is mesmos medos, repete o espirito de escassez, repete a reclamação, repete o abuso, a deslealdade, as preocupações, os vícios, a insegurança, a mãe ou o pai castradores, a manipulação. Repete a pesquisa por culpados, a dependência emocional, o acumulo de raiva, o sacrifício, a covardia, os limites inventados, a casa disfuncional, as dificuldades de sentir, o medo de se destacar, a incapacidade de ser e de se expressar livremente.

Cortar os padrões negativos de pensamentos e atitudes familiares é um ato necessário para o próprio bem estar. Precisamos fazer as pazes com o nosso passado, para que ele não atrapalhe o nosso presente. Quando você se cura, você cura todo o sistema. E quando alguém disser “isso é de família” você diz: “É aqui que acaba.”

Se curar é um processo, mas antes de tudo se curar é um trabalho interno de cada um.

Acreditar na frase que “só o tempo cura” é pensar que basta a vida passar para a ferida cicatrizar, para a dor passar, para a velha mágoa sumir. A verdade é que tempo não cura nada, quem cura somos nós mesmos.

Pode passar uma semana, um mês, um ano, uma vida... se não trabalharmos pela cura de nossas desilusões elas irão nos acompanhar o tempo que for.

Porque não é o tempo em si que cura: o que cura de verdade são as nossas experiencias, é o amadurecimento adquirido, a nova maneira de olhar a vida, o esforço que temos para ressignificar o nosso passado. O que não podemos esperar é que o tempo vai curar uma ferida que todo o dia cutucamos.

A gente cutuca nossas feridas quando permanecemos em lembranças do que já passou, quando ainda perguntamos e queremos saber sobre alguém que não liga mais para nós, quando caçamos informações online do que fulano ou fulana está fazendo, com quem está e como se sente, quando a gente insiste em falar demasiadamente de experiencias ruins que já ficaram para trás.

É preciso parar de ver o que faz mal, deixar de querer saber sobre alguém que não nos acrescenta nada, não alimentar o hábito de “remoer” com frequência as lembranças das dores que passamos. A vida passa e ninguém se cura enquanto continuar se machucando. A cura só começa de verdade quando a gente para de cutucar a ferida.

 

Com base  no texto de Rana Vitoria  e Alexandre Gruber.

 

 

 

 

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