sábado, 13 de junho de 2015

SÓ SE É O QUE SE É

O que é bom numa época não é em outra. Ou o que era mau numa época pode não ser em outra. O homem primitivo tinha outra noção de bem. Hoje, aquele bem do passado tornou-se um bem menor, o bem inadequado que se chama de mal ou bem menor. É um bem em que há mais ilusão, mais ignorância, enquanto no Bem Maior há mais consciência, as coisas são mais práticas e dão sempre melhores resultados.

Vamos, então, abraçando o nosso Bem Maior sem nos deixar acanhar pelos velhos pensamentos, pelo medo de assumir novas posições, novos valores, porque não vamos mais nos submeter aos medos, como temos feito até hoje. Nem nos submeter às crendices e às catástrofes, porque o Universo nos apóia incessantemente em tudo aquilo que fizermos. Se fizermos coisas ruins, vamos colher o ruim. Se fizermos coisas boas, vamos colher o bem. E não importa se no bem ou no mal, o Universo sempre nos apóia. Deus não escolhe, Deus não decide. Na verdade, quem decide é você. O apoio é sempre o mesmo, é sempre igual.

O que você assume, a vida assume. Se apoiou o medo, as negatividades, vai viver as negatividades. Se apoiou o rancor, os ressentimentos do passado, sem entender que foi você mesmo que causou tudo aquilo, continuando na posição de vítima e alimentando o ressentimento interior e se ainda hoje apóia isso, as dores e as feridas interiores acabarão por se somatizar em doenças físicas. Passará, então, por problemas graves na vida, os mesmos que você criou. Pois o Universo apóia o que você apóia. Mas se você mudou, se fez do dia de hoje o grande dia da sua vida, se fez desse nosso encontro algo muito especial, então já pode dizer:
- O passado não tem mais forças sobre mim. Assumo esse passado que criei; assumo que atraí essas pessoas para mim; assumo que me inferiorizei; assumo que me impressionei com o que as pessoas disseram e assumo que tudo isso aconteceu, porque dei licença e dei condição. Ignorando isso ou não, fui eu que dei. Inocente ou não, fui eu que dei. Portanto, como fui eu que dei, continua sendo eu que dou e quero ter uma nova leitura desse meu passado. Isso porque eu não me dava a dignidade de me apoiar e de me sustentar, de sustentar esse grande bem em mim, mas hoje, neste dia de libertação, declaro que só o bem tem forças sobre mim, só o bem é a verdade, só o bem vai se tornar realidade, porque estou no Bem Interior. Um bem que é exatamente o que me faz sentir bem. 

- Vamos, minha filha, largue essa vida toda, essas pessoas que não mais lhe interessam. Largue essas atividades que não têm mais nada a ver com você, que não fazem vibrar o seu coração. Pois a vida boa é a que faz vibrar o seu coração, que a faz acordar com prazer:

- Ah, vou lá, vou trabalhar naquele lugar. Que coisa boa! Gosto de ir lá, gosto do que eu faço. Ah, vou encontrar com tal pessoa, que é maravilhosa. Ah, está tudo bom na minha vida!

É só assim que vale a pena viver para ser produtivo para o ambiente. Agora, é preciso curar as feridas de dentro para você ficar bem. Primeiro, você tem que ser boa para você mesma, para depois poder ser boa para os outros. Que coisa mais interessante!

Tudo começa em nós.
Tudo acaba em nós.
Tudo muda sempre em nós.

Como essa coisa do eu verdadeiro foi tão ignorada ao longo da vida na compreensão das religiões, das filosofias. Quanta filosofia para tirar o poder do homem, para subjugá-lo a idéias de inferioridade, de imperfeição. Mas como é que a gente pode ser imperfeito? Se tudo vem da perfeição, como a obra pode ser imperfeita? Você não é imperfeito. Essa é uma maneira errada e ignorante de ver as coisas. Nós somos perfeitos para ser o que somos. Nós não temos que amar todo mundo com todo o bem. Amamos quem amamos e fazemos o bem que sabemos. E só isso que podemos ser: o que somos. Isso porque, minha gente:

O que é, é
E só é o que é.
O que não é, não é.

Não tem choradeira, não tem "mais isso, mais aquilo  " "Será?" Será também não tem. "Mas devia" ou "não devia" também não tem. Não tem nenhum outro verbo, nenhuma outra palavra ou preposição.

Se você só gosta de comer jabuticaba, minha filha, então, só gosta de comer jabuticaba. Se você não gosta de comer caju, não gosta de comer caju. Acabou. O que é, é. O que não é, não é. Não tem conversa. Não tem. O que é, é, enquanto é, porque tem dia também que muda. De repente, você aprende a gostar de caju. Mudou porque mudou. Então, o que é, é. Não adianta você se forçar a aceitar alguma coisa a pretexto de uma filosofia de sacrifício, de espiritualidade, de santidade, de dever, de honra, dessas besteiras todas do orgulho, porque só vai fazer você empurrar goela abaixo as porcarias que não quer comer e que não vai conseguir digerir ..

Por isso, quando não aguento, não aguento mesmo, entendeu? Pode ser que um dia aprenda a aguentar, mude a minha maneira de pensar. Mas agora é o que eu sou. Eu sou o que sou, sou o que eu sinto. E só vou fazer o que é bom em mim, o que me faz bem, o que me dá grandeza, o que me dá dignidade. Não quero saber o que é certo nem o que é errado. Nunca mais quero saber o que é certo nem o que é errado.

Cada um tem uma regra, uma medida. Assim, não fica criando confusão na minha cabeça. Para mim, o certo e o errado vão ser agora o que gosto e o que não gosto. Se eu não estou a fim de conversar com a pessoa, eu falo mesmo: agora estou pensando em outras coisas. E que se dane quem quiser interpretar mal e ser malvado, pois vai ter que dormir com a própria malvadeza na cabeça. Se quiser entender a minha condição com boa vontade, sorte da pessoa, que vai ficar com pensamentos bons. Eu sou o que sou. Cada um me vê como quer. E se me vir com os olhos ruins, os olhos da pessoa é que são ruins, os meus não são. Eu não sou responsável pelo modo como os outros me veem. Ah, quer me ver bonitinho? Pois que veja. Não quer, não veja. Importa o que eu vejo, meus olhos é que são importantes. Que me importa os olhos de vocês? Eu não vivo com os olhos de vocês. Por que dou tanta importância para o que o outro pensa? Não vivo com o pensamento dos outros. Ah, cansei!

Vou deitar na almofada, ficar lá naquela almofada macia, gostosa, sem revolta. Importa o que eu vejo. Importa o que eu penso. O que eu penso? Deixa eu pensar numa coisa boa para eu ficar bem. Deixa eu olhar com bons olhos para eu ficar bem  Deixa eu olhar o mundo com bons olhos para o mundo ficar bom para mim. O mundo pode parecer uma peste de ruim, mas o mundo é de quem olha. O mundo é neutro. Você é que tem os olhos ruins para olhar o mundo e depois diz que ele é que é ruim. O mundo não é bom nem é ruim. O mundo é o mundo. É a gente que olha:

- Ah, que coisa indecente, que coisa chocante, ai, ai, ai. ..
Fica cheio de ai, ai, ai, vendo o mundo bem mal. Mas quem vai dormir com a maldade? É você, seu tonto! É você que tem os olhos ruins. É o mundo que tem de mudar para você ficar bem? Não pense assim, não. Se também quiser pensar, paciência! Vai apanhar, apanhar até o dia em que aprender a pensar diferente. Mas se quiser despertar, você diz:

- Eu, hein? Eu quero ver tudo bem. A pessoa está dançando, se exibindo o dia inteiro. Ela está gostando, está feliz? Ah, ela está feliz, então está bom. Por que vou achar que é indecente? Não acho nada indecente. Não acho nada. Não tenho que achar nada de ninguém, cada um é o que é. Se está feliz, faça. Pelo menos está espalhando uma energia de alegria no ar. Mesmo que seja pornográfico, o que importa? Pelo menos, a pessoa está feliz. Melhor essa energia de felicidade do que a cabeça pesada das pessoas se reprimindo.

Essas pessoas que ficam na acusação, na malícia, na maldade, estão poluindo o planeta. Prefiro um monte de gente pornográfica e feliz do que esse bando de moralistas, com pensamentos negativos, recriminando, condenando, amaldiçoando, jogando essa energia ruim no ar. Ah, prefiro um bando de capeta safado e alegre a esse bando de religiosos, cheios de demônio nos olhos e no coração. Podem ser pornográficos, mas são todos engraçados e divertidos. Pelo menos, a energia que está em volta deles é agradável. Eu não tenho maldade nenhuma nos olhos, quero saber da alegria. Se tem alegria está bom; se não tem, não me interessa.

tirado do livro "Tudo pelo melhor"-Calunga-Luiz  Antonio Gasparetto.

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